sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Michigan: Report from Hell



Michigan: Report from Hell foi lançado em 2008 no Japão como Michagan. É um jogo de survival horror desenvovlvido pela Grasshopper Manufacture e publicado pela Spike. 
Dirigido por AKira Ueda e planejado por Goichi Suda. 

O jogo é o único, em respeito de ser jogado quase interamente com a visão de uma tela de câmera de vídeo. E o Game Over acontecerá se o cinegrafista morrer!

Embora a palavra Michigan, por si só, geralmente se refere ao Estado de Michigan ou menos comumento, a Universidade de Michigan, o jogo se passe em Chicago, llinois, e é chamado assim porque os fenômenos da história acontecendo perto do lago Michigan.  

Ironicamente, este jogo é uma mistura de suspense e voyeurismo com seu grupo de repórteres, entre eles, mulheres lindas. No entanto, como um cameraman, geralmente você usa a câmera para filmar as meninas, monstros e manter o suspense acontecendo para os telespectadores em casa. Há algumas cenas onde você deve lutar pela sobrevivência mas isso seria apenas apneas.

Gráficos 




Epílogo


Acompanhado por Pamela, uma repórter. O cameraman é enviado para investigar uma misteriosa neblina que desceu sobre a cidade. 
O leitor descobre que o nevoeiro é de alguma forma, estranho, e consegue transformar as pessoas em carne, monstros sanguessugas com membros humanos. 
Pamela é atacada pelas criaturas e é encontrada mais tarde no processo de se transformar em um monstro. 
O cameraman e Brisco, um operador de som da TV Zaka e uma nova repórter são enviados para investigar a origem do surto de monstros.



Personagens

- Cameraman: O personagem controlável, um cinegrafista da TV Zaka. Ele é uma espécie de protagonista silencioso, não fala ou aparece no decorrer do jogo. Sua aparência varia, depende do final que o jogador conseguir fazer.

- Jean-Phillppe Brisco (dublado por Greg Irwin): O sincero e emotivo engenheiro de som/operador de "boom", Brisco irá acompanhar o jogador durante todo o jogo. Ao contrário dos jornalistas, ele não pode ser morto durante o jogo normal. 

- Anna Anderson, Carly Reis, Justine Rhoades, Paula Orton e Mark Bockwinkle (dublados por Lynn Harris, Terry Osada, Woo Peggy,Varnes Rumiko, Koprowski e Chris): Cinco repórteres da TV Zaka. Se um deles morrer, o próximo na linha irá substituí-lo. 

- Nina Valkov (dublada por Rachel Walzer): única repórter do jogo que não é aleatória. Nina aparece em seu próprio nivel e atua como repórter, independente do destino dos outros jogadores. 

Deborah: A chefe fria e misteriosa da TV Zaka. Ela envia várias equipes do jornal para cobrir a manifestação dos monstros sem avisá-los dos perigos envolvidos. Brisco acredita que ela é parcialmente responsável pelo surto, mas se isso é ou não verdade, ninguém sabe! 

A dublagem é boa e parece ter sido tirada diretamente de um jogo da Namco que realmente serve perfeitamente para a voz sexy de Ann Anderson e este título tem todos os clichês. Com uma pletora de "assustador" com sons e uma trilha sonora muito profunda, você tem um jogo de grande ressonância.













Michigan: Report from Hell é um jogo bastante divertido que realmente muda o script do gênero aventura de sobrevivência. Gráficos impressionantes para a época, cliché de efeitos sonoros e uma "engine de jogo diferente". Este jogo é provavelmente recomendável para aqueles que amam a aventura e com cinco finais diferentes. E parece ser muito bom!

Lembranças


Faz um dia lindo hoje. E, no entanto, não era para estar um dia lindo hoje. O sol abriu-se e expôs as lembranças da minha mente. Fez-me lembrar de coisas boas e ruins. Ele levou à tona todas as lembranças que eu havia posto em um lugar reservado da minha mente, em um cubículo escuro, onde a luz jamais pudesse alcançá-las.
    Eu apenas acho que não é nada bom aprisionar as nossas lembranças; pois elas podem fazer com que o feitiço se vire contra o feiticeiro. O certo é sempre estar renovando essas lembranças, e deixar com que as outras fiquem soltas. Porque só se lembra do que se sente vontade. O resto? Deixe que o tempo se encarregue de apagá-las ou enviá-las para longe.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Escrever


“Escrever nunca foi trabalho para mim. Sempre fora assim, desde quando me lembrava: ligar o rádio numa estação de música clássica, acender um cigarro ou charuto, abrir a garrafa. A máquina fazia o resto. Eu só precisava estar ali. Todo o processo me permitia seguir em frente quando a vida oferecia tão pouco, quando a própria vida era um espetáculo de horror. Sempre havia a máquina para me acalmar, conversar comigo, me entreter, salvar meu rabo. Basicamente, era por isso que eu escrevia: para salvar meu rabo do asilo dos doidos, das ruas, de mim mesmo.”
Hank

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Uma segunda chance





Rebecca estacionara seu conversível em uma vaga perto de um carro avantajado, daqueles carros de família. Ela olhou pelo retrovisor e pôde ver que o carro estava sendo ocupado por uma família mediana: pai, mãe e duas crianças: uma menina de aproximadamente cinco anos e um garoto de sete anos; ambos brincavam no banco traseiro do veículo.
    Dois meses antes, Rebecca descobrira que estava grávida. Mas seu relacionamento com Tim estava apenas no começo; e ela não o julgava do tipo de homem que estragaria a própria carreira em benefício de uma criança. Rebecca pensou durante dois meses no que iria fazer. Sua amiga a aconselhara a ir a uma clínica especializada em casos como o dela. E lá estava Rebecca, para em frente à clínica que sua amiga a indicara.
    Rebecca pôs a mão na porta para abri-la; mas a sua ação fora impedida no momento em que ela avistara dois homens mal-encarados parados bem ao lado de seu carro. Eles deram a leve impressão de estarem armados.
    A família do carro logo atrás do de Rebecca ainda não dera sinal de ter partido.
    Rebecca teve um leve mal-estar quando vira que ambos os homens de fora sacavam, simultaneamente, as armas, e brandiam-nas no ar, fazendo sinal para que Rebecca abrisse a porta. Rebecca tentou ligar o carro, mas um dos bandidos usou a sua arma para quebrar o vidro e assim poder abrir a porta.
    Rebecca havia notado que a rua não era muito movimentada; e que um assalto daria um ótimo resultado aos autores.
    Os bandidos já haviam retirado tudo o que havia de valioso da posse de Rebecca. Ela viu-se encurralada! Mas eles ainda queriam terminar o serviço...
    Rebecca sentiu sua mente ensurdecer com o som do projétil que passara de raspão sobre o seu rosto. Ao voltar a si, Rebecca pôde notar que o homem pertencente à família do automóvel de trás do dela havia investido contra o atirador, fazendo-o cair para o lado; e assim fazendo com que ele não acertasse o alvo, isto é, Rebecca. Mas o pai de família não contara com o segundo bandido; Que ao o avistar, atingiu-o à queima roupa. Rebecca estava em estado de choque. E não conseguia fazer nada em relação àquela cena horrorosa.
     Vendo o que acontecera, a esposa do homem baleado não hesitou em socorrê-lo. Ela não dera atenção aos bandidos de seu marido; e abaixou-se para poder interagir com ele. Mas ele já não mais estava tão bem; apenas pôde balbuciar algumas palavras: "Pegue as crianças, e fuja daqui, Mary!". E com essas palavras, sua vida agora dera espaço à implacável vastidão chamada morte.
    Agora os bandidos pareciam discutir o que fazer. A mulher ainda estava prostrada sobre o corpo inerte do marido. Um dos bandidos parecia confuso; mas o outro sacou a arma e disparou-a em direção à mulher. Ao dispará-la, o bandido fora surpreendido por um empurrão vindo de seu parceiro. Mas isso não impedira com que o projétil alcançasse seu alvo. A mulher agora jazia inerte sobre o corpo do marido, também inerte.
    Ao longe, pôde-se ouvir sirenes. E assim, os bandidos não pensaram duas vezes antes de girarem nos calcanhares e fugirem.
    Rebecca dera-se conta de que fora salva. Ela desceu do carro ainda com as mãos trêmulas. Rebecca sentiu seu coração se despedaçar ao ver ambas as crianças encolhidas no canto do carro dos pais. Ela abriu a porta traseira do carro e entrou em seu interior. A única coisa da qual Rebecca se lembrou foi de envolvê-las nos braços e tentar suprir a falta que agora as envolvia. Rebecca tinha agora três vidas em suas mãos. E não importaria o quanto Tim falasse, ela iria seguir com a sua gravidez até o último estágio. E se Tim discordasse disso, ele não mais faria parte da vida de Rebecca.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Yin Yang

                                  Yin Yang                               





  • Yang: o princípio ativo, diurno, luminoso, quente. 
  • Yin: o princípio passivo, noturno, escuro, frio.
Yin Yang é, na filosofia chinesa, uma representação do príncipio da dualidade de yin e yang, o conceito tem sua origem no Tao (ou Dao), base da filosofia e metafísica da cultura daquele país.



Também é identificado como o tigre e o dragão representando os opostos.
Essas qualidades acima atribuídas a cada uma das dualidade são, não definições, mas analogias que exemplificam a expressão de cada um deles no mundo fenoménico. Os princípios em si mesmos estão implícitos em toda e qualquer manifestação.
Os exemplos acima não incluem qualquer juízo de valor, e não há qualquer hierarquia entre os dois princípios. Assim, referir-se a Yang como positivo apenas indica que ele é positivo quando comparado com Yin, que será negativo. Esta analogia é como a carga elétrica atribuída a protons e electrons: os opostos complementam-se, positivo não é bom ou mau, é apenas o oposto complementar de negativo.
O diagrama do Taiji simboliza o equilíbrio das forças da natureza, da mente e do físico. Yang (branco) e Yin (preto) integrados num movimento contínuo de geração mútua representam a interação destas forças.
A realidade observada é fluida e em constante mutação, na perspectiva da filosofia chinesa tradicional. Portanto, tudo que existe contém tanto o princípio Yin quanto o Yang. O símbolo Taiji expressa esse conceito: o Yin dá origem ao Yang e o Yang dá origem ao Yin.
Desde os primeiros tempos, os dois polos arquetípicos da natureza foram representados pelo claro e pelo escuro, pelo inflexível e pelo dócil, pelo acima e pelo abaixo.
O Yang, o poder criador era associado ao céu e ao Sol, enquanto o Yin corresponde à terra, ao receptivo, à Lua. O céu está acima e esta cheio de movimento. A terra - na antiga concepção geocêntrica - está em baixo e em repouso. Dessa forma, Yin passou a simbolizar o repouso, e Yang, o movimento. No reino do pensamento, Yin é a mente intuitiva, complexa, ao passo que Yang, é o intelecto, racional e claro. Yin é a tranquilidade contemplativa do sábio, Yang a vigorosa ação criativa do rei.

Esse diagrama apresenta uma disposição simetrica do yin sombrio e do yang claro . A simetria, contudo não é estática. É uma simetria rotacional que sugere,de forma eloquente, um continuo movimento cíclico. Os dois pontos do diagrama simbolizam a idéia de que toda vez que cada uma das forças atinge seu ponto extremo, manifesta dentro de si a semente de seu oposto.


sábado, 22 de janeiro de 2011

Um litro de lágrimas [2]

Um litro de lágrimas




Esta história conta a vida de uma jovem, Aya Ikeuchi, que sofre de uma doença incurável e que vive a sua vida ao máximo das suas emoções. A história original é retirada do diário que Aya escreveu durante a doença até não conseguir pegar mais na caneta. O livro que mais tarde ficou com o nome de "1 Litro de Lágrimas" vendeu mais de 1.8 milhões de cópias.



Detalhes


  • Título: 1リットルの涙
  • Título (romaji): 1 Rittoru no Namida
  • Formato: Renzoku
  • Gênero: Escolar, Romance, Drama
  • Episódios: 11
  • Exibido: Fuji TV
  • Período de exibição: 11 de Outubro de 2005 até 20 de Dezembro de 2005
  • Horário: Terça 21:00
  • Temas Musicais: Only Human by K , Konayuki by Remioromen and Sangatsu Kokonoka by Remioromen
  • Drama OST: Ichi Rittoru no Namida OST

Episódios



  • Ep 01: ある青春の始まり / The Beginning of my Youth
  • Ep 02: 15才、忍びよる病魔 / 15 years old, sickness that steals up
  • Ep 03: 病気はどうして私を選んだの / Why did the illness chose me?
  • Ep 04: 二人の孤独 / Solitude of two people
  • Ep 05: 障害者手帳 / A handicapped person notebook
  • Ep 06: 心ない視線 / Heartless glances
  • Ep 07: 私のいる場所 / The place where I am
  • Ep 08: 1リットルの涙 / 1 Litre of Tears
  • Ep 09: 今を生きる / I live now
  • Ep 10: ラブレター / Love Letter
  • Ep 11: 遠くへ、涙の尽きた場所に / Faraway, to the place where tears are exhausted

Quando amadurecer


Quando amadurecer, e olhar para trás, verei o quão errado eu estava em me esquivar da vida, em não viver como eu queria ter vivido; verei que as palavras não se soltaram por culpa do meu egoísmo, que todas as conversas não tidas eram as mais importantes; verei que a vida, ao contrário do que a minha cabeça pueril pensava, não pararia para que eu pudesse fazer as escolhas que mais se encaixavam no meu ver, e que eu nunca deveria ter me fechado para as coisas boas da vida.
    Enquanto isso não acontecer, serei essa criança medrosa, egoísta e mimada que sou.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Somos e seremos



Somos, nós dois, o fim da partida, a chegada aguardada, a saudade afogada; somos a luz da manhã, o luar ao encontro do mar, e somos, ainda que distantes, as estrelas que suplicam para estarem juntas. Somos, nós dois, a vida no ato do amor, os anjos caídos do céu, o futuro de um dia sem escuridão; somos o grito em silêncio, a paz desperta e renovada, e ainda que mal saibamos, somos as lembranças dos dias de dor. Somos, nós dois, o pulsar de dois corações que desesperadamente se chocam, os pássaros que voam sem medo, a luz que reflete em nossas almas; somos a espada cravada no ego, o espaço que se comprime em ternura, o conflito e a paz, a mente e a carne; somos isso, somos, estamos, permanecemos. Somos nós os dois pontos que se convergem em paixão; somos nós as duas almas acalentadas pelo amor; somos, eu e você, somos e seremos, seremos.
    Somos, eu, seu anjo, e você, a minha princesinha.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Não quero mais acordar!...


Adiante o vídeo para 4:00 minutos

Às vezes eu me sinto igual à Kagome nesse episódio: como se estivesse acordando de um sonho e voltando à vida real. Pois bem, muitas vezes isso ocorre quase todos os dias. É como se você tivesse estado noutro mundo por um longo período de tempo e, depois de viver intensamente aquele sonho, voltasse à realidade tão subitamente quanto a deixou.
    Há muitas pessoas que preferem o mundo dos sonhos; que preferem sonhar com seus mundos encantados, com seus contos-de-fadas, ao invés de estarem no mundo real. A única coisa que importa é estar acompanhado nesse mundo de faz-de-contas. Não há alegria melhor do que partilhar seus desejos mais íntimos com alguém que também saiba sonhar acordado.
    E se disserem que eu acordarei para sempre, não acreditarei nisso: acredito na minha vontade de estar no mundo dos sonhos.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Sob o Sol - Sagrado Coração da Terra


Sonhos


O bem nunca está sem o mal, e o mal nunca está sem o bem.

Sonhos, sempre tento entendê-los, mas nunca consigo.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Segundo olhar


Shakespeare disse: nem tudo que reluz é ouro. E eu, louco como sou, digo: nem tudo que é ouro reluz.

Sonho


Já era tarde da noite, e o sol já se punha há tempo. O vento estava fresco lá fora. A noite afundava mais e mais sobre o panorama que se formava com o contraste das árvores de macieira, que jaziam em cada lateral do caminho até a estrada, e com a casa antiga — com cor marrom-clara, com janelas que pendiam verticalmente ao chão; uma porta longa e pesada, e com um modesto jardim em sua traseira.
    Resolvi sair para fora, pois o sono não viria tão cedo, e tampouco eu queria que ele viesse. À medida que atravessava a porta de entrada, sentia cada vez mais que o vento me chamava ao seu encontro; como se soubesse que eu precisasse limpar a minha alma. As macieiras pareciam bailar e cantar ao serem tocadas pelo vento. E eu quis acompanhá-las nesse bailar. Agora eu estava no meio do caminho. Parei, fechei os olhos, abri os braços e comecei a sonhar acordado.
    Fui acordado por um som que vinha de trás de uma das árvores. Meu corpo gelou, e meus pensamentos voltaram-se àquele estranho movimento que agora se formava atrás da macieira. Andei até a árvore; e quando lá estava eu, pude ver a coisa mais irreal que já vira em frente aos meus olhos — ali estava ela, estendida sobre o chão. Seu tamanho era mediano, parecendo ser apenas uma criança; suas mãos delicadas estavam envoltas por duas luvas brancas; ela vestia um vestido cor-de-rosa, que vinha até aos joelhos, e com bordados floridos em volta dele; em sua cabeça pendiam um mar de cabelos lisos e escuros, às vezes pendendo para o azulado, quando a luz da lua chocava-se em seus fios; sua pele era pálida como à de uma princesa do gelo. E quando abriu os olhos, e olhou-me fixamente, pude notar que eles eram de uma beleza inexplicável.
    Seus olhos castanho-escuros diziam algo que eu esperara ouvir há vida inteira. Com apenas um impulso, toquei em suas delicadas mãos. Ela quis recuar, mas eu a comprimi num abraço. Disse-lhe apenas que não fugisse de mim, e que também não tivesse medo.
    Quando abri os olhos, preparei-me para cruzar a porta de entrada. E pude ver que ventava lá fora. Senti como se tivesse acordado de um sonho. Chegando a uma das macieiras, encontrei uma luva branca. E ali fiquei sentado, esperando até que o sono tomasse conta de mim.

(Gilson G. Motta, autor)

domingo, 16 de janeiro de 2011

Sob o crepúsculo



Escute as ondas do mar fluírem com os seus passos na areia, amor!
Olhe para o horizonte, veja que pôr do sol lindo que faz nesse fim de tarde.
Deite-se na areia ao meu lado, feche os olhos e sinta minha alma pular de alegria por estar ao seu lado.
Desligue-se do mundo, deixe que os problemas se acabem junto com a sua dor.
Ame-me como se fosse a última coisa que fosses fazer na vida, pois eu também o farei.
O dia já se foi, mas você ainda continua radiante sob o crepúsculo.
Sinto como se cada batida do seu coração fosse uma nova nota no nosso concerto da vida.
Vejo uma paixão de menina em seus olhos, vejo um amor de mulher em suas faces.
Vejo a menininha com a qual eu me apaixonei perdidamente, e vejo, ainda, a infância dispersar dos seus gestos delicados.

Último beijo de amor - Noite na taverna - Álvares de Azevedo


— É que a flor de beleza é como todas as flores. Alentai-as ao orvalho da virgindade, ao vento da pureza — e serão belas. — Revolvei-as no lodo — e como os frutos que caem, mergulham nas águas do mar, cobrem-se de um invólucro impuro e salobro!

sábado, 15 de janeiro de 2011

Do amor - Nikesh Murali


Amor é como um botão que desconhece desprezos.
Que acorda para brilhantes manhãs de verão
E dorme como um bebê a sonhar.

Desejo personificado,
Um anjo com pétalas como asas!
No amor encontramos eternidade.
De amor, cantamos cantos não cantados.

A difícil tarefa de Demétrios na última noite de Natal



A difícil tarefa de Demétrios na última noite de Natal
Afonso Luiz Pereira

Meu pai sempre me dizia que, em tempos de tribulação ou de guerra, a tarefa mais difícil de realizar era destinada apenas àquele que tinha a capacidade de suportá-la.

Dia 18 de dezembro de 2031.

Depois de dois dias de caminhada, faltando sete para o Natal, milagrosamente encontramos uma árvore saudável, em meio à vegetação rarefeita e depauperada, nascida do solo comprometido da radiação nuclear. Era um pinheiro ainda pequeno, bonito, viçoso e, apesar do tamanho, tínhamos certeza de ser suficientemente adequado para o cobrirmos de penduricalhos natalinos. Oh, sim, Senhor, por certo que poderíamos fazer dele uma verdadeira obra aos olhos das crianças. Elas finalmente teriam a oportunidade de experimentar uma festa natalina completa, como as que se faziam antigamente, e das quais não cansávamos de atiçar-lhes a imaginação. Lembrei-me do brilho dos olhos de Mateus e Alice, meus filhos, quando ouviram falar pela primeira vez das antigas festividades natalinas em nossa época de criança. Imaginem só quão reluzentes não haveriam de ficar, ainda mais, aqueles olhinhos tristes, quando estivessem na presença de um sonho que só vínhamos alimentando através de palavras?
Ontem mesmo, ao entrarmos discretamente
na velha e decrépita vila de Borborema, tivemos os primeiros
indícios concretos de que era possível, sim, conseguirmos a
façanha de realizar uma noite de natal completa. Abílio achou
uma roupa de Papai Noel e acessórios, incluindo barba e barriga
postiças, gorro, cinto, enfim, tudo bem conservado dentro de
uma caixa de papelão. E se não fosse o fato de atrair as dezenas
de mortos-vivos que circulavam em frente aos escombros da
loja de conveniências, gritaríamos “hurras”, bateríamos palmas
e riríamos alto para extravasar tamanho contentamento.
A ideia da Noite de Natal só tomou corpo, de
verdade, quando o negro Ateneu, teimoso como uma mula,
decidiu se embrenhar na capital infestada de mortos-vivos
no intuito de demonstrar a sua valentia irresponsável, atitude
típica de jovem mal saído da adolescência, e, não sabendo como,
fez promessa de trazer das ruínas da cidade algum souvenir que
ainda não tivéssemos no forte. Pois não é que ele trouxe, entre
algumas quinquilharias sem valor, um pisca-pisca natalino e
uma bateria para fazê-lo funcionar. Por isso, naquele momento,
ao encontrarmos a roupa de Papai Noel, não cabíamos em nós
de tanta felicidade. Possuíamos quase tudo para materializar o
sonho de nossos filhos. Sim, quase tudo. Faltava a árvore.

Dia 19 de Dezembro de 2031.

Hoje à tarde ocorreu algo extremamente
incomum. Quando caminhávamos pelo descampado cinza, de
vegetação rasteira, pontuado por umas poucas árvores mirradas
e quebradiças, do que outrora fora a zona rural circunvizinha
à cidade de Borborema, avistamos num aclive pedregoso,
ao longe, cincos mortos-vivos postados em atitude rara de
observação. Muitíssimo estranho, aquilo! Eles não eram dados
a observar, muito pelo contrário, eles atacavam sem pensar em
sua própria segurança. Parei abruptamente para apontá-los
ao grupo. Não nos intimidamos com aquelas criaturas porque
estávamos em mesmo número, e fortemente armados.
A escolha de se fazer o caminho por áreas mais
afastadas dos centros urbanos destruídos era justamente no
sentido de evitar as concentrações de zumbis, muito mais
comuns nas cidades abandonadas. Levei o binóculo aos olhos, e
o que vi me deixou estarrecido! O morto-vivo mais alto, vestido
com uma camisa amarela da Petrobrás, na verdade um conjunto
de trapos e tiras de pano encardido por sobre o corpo coberto
de enormes feridas, lançava seus olhos esbranquiçados, sem
vida, sobre nós de uma maneira diferente. Ele torcia a cabeça
bruscamente para um lado e para o outro, como se buscasse
entender porque cinco apetitosos humanos se arriscavam a
carregar uma inútil árvore, sem frutos, em campo aberto. “Acho
que o maldito está pensando!”, falei, sem me voltar aos demais.
Não gostei nem um pouco da situação. De repente, ele emitiu
alguns grunhidos e se encaminhou, levando os outros com ele,
para o lado oposto do aclive pedregoso, sumindo de nossas
vistas. Todos nós ficamos pasmos, sem entender, olhando
apatetados uns para os outros como que a dizer: “o que deu
neles?”

Dia 20 de Dezembro de 2031.

O que eu mais temia aconteceu: caímos numa
emboscada. Para chegarmos mais rapidamente ao forte,
decidimos encurtar caminho através da estrada principal da
Vila do Sossego. Depois de avançarmos quase à metade da
rua deserta, coberta de poeira e lixo, fomos surpreendidos! Os
mortos-vivos, bem mais aterradores à noite, inesperadamente,
começaram a surgir das vielas escuras de ambos os lados da
passagem. Nunca, em todos estes anos, havia testemunhado
por parte dos zumbis semelhante planejamento sincronizado
de ataque. E qual não foi a minha surpresa ao perceber, lá
no final da rua, a figura grotesca, mal cheirosa e pútrida do
“Camisa Amarela”, emitindo grunhidos altos e gesticulando os
braços, como se fosse um regente conduzindo a sua orquestra
apocalíptica. Filho da puta, esbravejei com ódio.
“Abílio, você arrasta o pinheiro, enquanto lhe
damos cobertura. Vamos sair deste inferno.” – Disse alto,
tomando a decisão de imediato.
Escolhemos a formação de defesa retangular, em
paralelo com as laterais da rua, formação esta que nos permitiria
abrir fogo para todos os lados, sem descuidar da retaguarda.
Vimos Abílio, o homem fisicamente mais forte do grupo, no
centro do retângulo, sacar a sua metralhadora de pequeno
porte com a mão direita e, com a esquerda, agarrar uma das
grossas hastes da nossa preciosa árvore. “Estou pronto. Vamos
embora”, ele disse, começando a puxá-la de arrasto enquanto já
apontava e estourava, com uma rajada breve e seca, o peitoral
do zumbi incauto mais audacioso. O sangue preto que espirrou
da criatura pareceu instigar a selvageria nos outros.
“Vamos recuar, pessoal” – falei alto, decidido, na
intenção de abrir caminho à força na retaguarda mesmo, por
esta, aparentemente, conter um menor número de mortosvivos.
E olha, não economizamos munição. Atiramos no que
vimos e não vimos, opondo resistência desesperada contra
os monstros que se projetavam mais próximos da formação
retangular. O jovem Trindade, impetuoso, porém inexperiente,
berrava alucinado apontando a metralhadora de um lado para
o outro, tentando varrer a bala as coisas ensanguentadas que
lhe vinham no encalço. “Na cabeça, Trindade. Um por vez, na
cabeça”, eu berrava em meio à confusão. Trindade foi agarrado
pelo antebraço por um deles e puxado para dentro do turbilhão
de criaturas esfomeadas. Recuso-me a descrever a cena grotesca
que se seguiu.
Abílio, Hermes, Juarez e eu, homens experientes
na exploração de campo, talhados para reagir a um ataque como
aquele, tínhamos ciência que em dado momento da peleja não
seria possível recarregar as armas em tempo hábil para rechaçar
as investidas, cada vez mais próximas. Um vacilo qualquer de
um de nós, certamente condenaria os quatros, enquanto não
chegássemos à boca da rua para correr em campo aberto,
fugindo dali como pudéssemos. Mas antes que abandonássemos
as armas sem munição e puxássemos os facões da cintura,
ouvimos os grunhidos graves, urgentes, que se destacaram
pontualmente acima da confusão à nossa volta. Imediatamente
a cena, coalhada de zumbis, clareou como num passe de mágica.
Eles, inexplicavelmente, recuaram à escuridão das vielas de
onde vieram e nos deixaram sozinhos, assustados, esbaforidos,
com os nervos em frangalhos. Pasmem! Escafederam-se todos,
exceto o maldito Camisa Amarela da Petrobrás!
O horroroso e temível líder impunha respeito.
Ele nos constrangia deliberadamente impondo a força do
mesmo olhar esbranquiçado e inquisidor do dia anterior. Senti
horror àquela criatura. Medo. Senti medo. Senti mais medo
da maneira como ele parecia nos avaliar do que o combate
corpo-a-corpo, poucos minutos antes. Aquela coisa não se
deixaria matar facilmente como os outros. Abílio e eu, sem
trocar palavras, colocamos a árvore nos ombros. Em seguida,
cuidamos de imprimir um trote urgente para bem longe da Vila
do Sossego. Mesmo depois de meia hora de caminhada forçada,
minhas costas pareciam arder, não pelo peso incômodo do
pinheiro, mas por ter uma certeza desagradável de estar sendo
observado, de modo meticuloso, por olhos impossíveis de
vencer a escuridão da noite.

Dia 24 de Dezembro, véspera de natal.

Era a árvore de natal mais bela e resplandecente
que eu já vira. As crianças estavam maravilhadas, alegres,
sorridentes, falantes. E, como eu havia previsto, testemunhar a
vivacidade nos seus olhos era uma dádiva para se guardar por
uma vida inteira. O pisca-pisca, envolto no pinheiro, entrelaçado
de centenas de pequenas lâmpadas, espargia aquele brilho
aleatório, intermitente, a partir do centro da sala, entremeado
de flashes cintilantes das bolas de plástico reluzente, nas
quais as crianças se olhavam e riam à toa, fazendo caretas,
divertindo-se com seus reflexos circulares. Mateus e Alice, com
os rostos lambuzados de chocolate, olhavam-me e apontavamme,
orgulhosos, às dezenas de amiguinhos tão felizes quanto
eles. Foi a cena mais bonita que eu já tive a oportunidade de
ver nesta minha vida e, certamente, haveria de ser a derradeira.
Antes de deixar os pequenos, entregues às
brincadeiras, fui até ao pequeno aparelho de som, conectei o
cabo de força na bateria e coloquei o velho CD de natal, o mesmo
das minhas noites natalinas de outrora. Aumentei o volume ao
máximo. As crianças pararam de brincar por alguns minutos,
envolvidas pela melodia das harpas e canções clássicas que
nunca tinham ouvido. Olhei para a mesa, um pouco mais ao
fundo, quase na penumbra, cheia de toda sorte de guloseimas,
resgatadas do porão de um supermercado, na verdade um
monte de entulho, no mês anterior. Sorri orgulhoso. Era uma
noite de Natal completa. Depois, fiz um sinal discreto para
Abílio, vestido de Papai Noel, para que me acompanhasse lá
fora. Saímos os dois. Tranquei a porta por fora. Tínhamos de
enfrentar o inferno a poucos metros dali.
A sala escolhida para abrigar a árvore e a
decoração natalina foi o cômodo mais alto e seguro do forte.
Seria ali, entre aquelas quatro paredes de clima alegre e festivo,
provavelmente o último reduto da humanidade a sucumbir à
selvageria das criaturas mefíticas que tomaram de assalto o
planeta inteiro.
Os mortos-vivos, surpreendentemente,
começaram a chegar de todas as direções ao mesmo tempo antes
do sol abandonar a vegetação seca e pardacenta que circundava
por quilômetros o nosso forte, e até onde sabíamos, a construção
fortificada mais segura da região. Mas, então, naquele início
de noite, o que parecia ser mais um confronto contra algumas
poucas dezenas de criaturas errantes, tornou-se algo de maior
vulto, algo que excedia de longe o comportamento de ataque
atabalhoado e irracional costumeiro. Eles não se apresentaram
para derrubar cercas nem portões, com a finalidade de invadir,
deixando-se aniquilar facilmente por nossas armas. Desta
vez, eles foram chegando, foram se aglomerando ao redor do
forte, sem atacar, apenas rendendo-se à uma espera, para nós,
gradativamente angustiante e, no andar do tempo, constatado
os fatos, desesperadora. Em duas ou três horas, das poucas
dezenas de mortos-vivos que se punham às nossas vistas,
passaram-se às centenas! Não mais do que cinco horas de
cerco depois, olhávamos estupefatos às milhares de cabeças
famintas, cercando-nos por todos os lados. Quando demos
pela gravidade, já era tarde. Estávamos sitiados naquele mar
horroroso de zumbis, sem opção de retirada.
“O que estas coisas estão esperando?” –
perguntou-me Abílio, retirando o gorro e a barba postiça, sem
virar-se para mim, olhando a multidão infecta, parada, além
das paredes de madeira velha que nos guardavam.
Os sobreviventes, meus amigos, a minha grande
família, todos em seus postos de combate dentro do pátio
próximo ao portão principal, ou nas áreas mais vulneráveis,
olhavam-nos lá de baixo, como se a visão do exército de mortosvivos
confirmasse a cena final do apocalipse. Havia em cada
rosto um misto de medo e determinação de lutarem até o fim.
Finalmente, um movimento diferente começou a criar uma
onda em torno dos infectados. Um corredor se abria à chegada
de alguém e eu já bem sabia de quem se tratava: era o Camisa
Amarela.
Respondi a pergunta de Abílio apontando a nossa
desgraça com o dedo indicador: “Ele. Todos estão esperando
por ele!”
Camisa Amarela, à frente do maior contingente
de mortos-vivos que eu já presenciara, levantou a cabeça para
cima. Seus olhos, parecendo dois feixes de luz dentro da noite,
alcançaram-me de modo implacável, perscrutando-me, como
já esperava que fizesse. Não desviei o meu olhar da intimação.
Havia me preparado para não demonstrar medo diante dele.
Ignorei os glóbulos esbranquiçados daquele zumbi. No entanto,
quando um sorriso sarcástico incomum se assomou na face
purulenta e devastada daquela insólita criatura, um arrepio me
tomou todo o corpo, como se o próprio diabo, tendo somente
ele a habilidade de expressar semelhante fisionomia malévola,
o fosse. Percebi, então, que estávamos irremediavelmente
condenados. Não havia para onde fugir, ou a quem recorrer. Se
Deus nos havia deixado à revelia, o demônio, não!
Abílio também viu a face de malignidade sobreporse
à selvageria irracional do líder da horda. “Que nossa Senhora,
mãe de Jesus, nos receba bem”, ele disse num sussurro. E antes
que eu pudesse dizer-lhe qualquer coisa, ele me abraçou forte,
levando-me aos ouvidos o dever de minhas obrigações: “Força,
Demétrios, não hesite! Cuide de nossos filhos!”. Sem mais, meu
velho amigo deixou-me só em meu posto inglório, e desceu as
escadas rapidamente, tomando lugar próximo ao portão de
acesso principal.
E, assim, deu-se o massacre!
Os primeiros grunhidos odiosos da besta
empurraram a massa virulenta de mortos-vivos contra as
desgastadas paredes apodrecidas do forte e as puseram abaixo
em menos de um minuto.
Não consegui ver mais nada!
Os sobreviventes confiavam em mim. Eu não
podia, de modo algum, fraquejar diante da tarefa que eles
deram-me à incumbência de cumprir. Por isso, fui até à porta
da Sala Natalina e escorei a testa nela. Fechei os olhos. Busquei
coragem nos últimos ruídos da noite. Ouvi nitidamente a
última sinfonia da vida esvaindo-se célere, era a percepção dos
sons que se misturavam no fundo de minha alma: o matraquear
das metralhadoras abafadas por corpos apodrecidos lançandose
sobre elas, o burburinho festivo das crianças rindo à toa
ali pertinho, os gritos desesperados de homens e mulheres
lá embaixo, as gargalhadas de Alice, minha filha querida, o
arrastar de pés vacilantes, mortais, das coisas que iniciavam
o subir das escadas e... a música ao fundo, ressoando além
daquelas paredes... a melodia suave impunha-me vislumbres
da criança alegre, de olhos reluzentes dos enfeites natalinos, de
outras noites, que um dia fui...
Noite feliz
Noite feliz
Ó senhor, Deus do amor...
E, agora, minha última noite de natal.
“Força, Demétrios, não hesite! Cuide de nossos
filhos!”
Apertei com força a metralhadora, levantei a
cabeça, respirei fundo e abri a porta decidido, porque meu pai
sempre me dizia que, em tempos de tribulação ou de guerra, a
tarefa mais difícil de realizar era destinada apenas àquele que
tinha a capacidade de suportá-la.

Sabrina: A aprendiz de feiticeira


Inspirada nas histórias de quadrinho de mesmo nome, Sabrina, a Aprendiz de Feiticeira, conta as aventuras da protagonista que, aos 16 anos, descobre que é uma bruxa. Suas tias Hilda e Zelda lhes dão conselhos sobre como usar seus poderes mágicos de maneira apropriada, mas, apesar de seu esforço, Sabrina sempre se mete em grandes trapalhadas por ainda não dominar os feitiços.

Além de cuidar de Sabrina, as tias Hilda e Zelda devem ficar atentas ao gato falando Salem, que havia sido um feiticeiro que tinha tentado usar seus poderes para dominar o mundo e, por isso, foi transformado em animal.

Enquanto luta para parecer apenas uma garota "normal" no colégio e entre os amigos, Sabrina ainda precisa estudar para se formar na escola de feiticeiras. E tudo acontece em meio a muita confusão, pois nada mais perigoso do que uma bruxinha que ainda está aprendendo a usar os seus poderes!


A Série

Era um comédia de situação (sitcom) que girava em torno de Sabrina, uma adolescente que foi morar com suas tias Hilda e Zelda e Salem, o gato preto de estimação delas. Em seu aniversário de 16 anos, suas tias a contaram que era uma meia-bruxa, já que sua mãe era uma mortal e seu pai um bruxo. Foi alertada que ficaria proibída de ver a própria mãe no princípio, caso contrário sua mãe se transformaria em uma bola de cera. Ela então desenvolveu poderes mágicos, usando-os para ajudar aqueles que amava e a si prórpia, mas seus feitiços quase sempre terminavam em desastre e confusão. Aos poucos e com o passar do tempo ela foi aprendendo a domá-los, e sempre lutando para guardar seu segredo.
O programa começou com as aventuras de Sabrina e seus problemas mágicos e comuns no colégio da fictícia cidade de Westbridge, localizada perto de Boston, Massachusetts. Onde namorou o colega Harvey Kinkle. Nas temporadas finais, Sabrina formou-se e foi para a faculdade, na fictícia Adams College, namorando outros rapazes após terminar com Harvey e então foi ser independente trabalhando em um jornal local. A série termina com o casamento de Sabrina com o namorado atual Aaron, mas no final, ela abandona o altar para fugir com seu verdadeiro amor, Harvey Kinkle.







Em tua existência



Em teus olhos busco a magia da infância, a brisa de um rio suave, busco um luar sereno, um sol cheio de esperanças; busco em teus olhos os meus sonhos esquecidos, os meus planos fraquejados, as minhas derrotas, o meu desejo de ser feliz de novo; busco neles o que nos meus adormece numa modorra eterna; e neles anseio repousar durante a eternidade. Em tua pele alva busco as purezas que na infância já desfrutara, busco uma chuva de flores macias, busco o repousar das pombas no ninho; nela eu busco o plácido pássaro que outrora fora, nela eu busco os sonhos angelicais.
    E em tua compleição, em tua existência, em tua alma — eu encontro o amor que sempre sonhara.

Post dedicado à minha eterna princesinha: Stefany!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Tentação - Clarice Lispector



TENTAÇÃO

Clarice Lispector
Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva.
   Na rua vazia as pedras vibravam de calor - a cabeça da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de momento a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão. Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-nos sem palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta, às duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já habituado, apertando-a contra os joelhos.
   Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um irmão em Grajaú. A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina, acompanhando uma senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo e miserável, doce sob a sua fatalidade. Era um basset ruivo.
   Lá vinha ele trotando, à frente de sua dona, arrastando seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro.
   A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam.
    Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem latir. Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada, séria. Quanto tempo se passava? Um grande soluço sacudiu-a desafinado. Ele nem sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e continuou a fitá-lo.
    Os pêlos de ambos eram curtos, vermelhos.
   Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo. Sabe-se também que sem falar eles se pediam. Pediam-se com urgência, com encabulamento, surpreendidos.
   No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol, ali estava a solução para a criança vermelha. E no meio de tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos esgotos secos - lá estava uma menina, como se fora carne de sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes de Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria, cedendo talvez à gravidade com que se pediam.
   Mas ambos eram comprometidos.
   Ela com sua infância impossível, o centro da inocência que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada.
   A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O basset ruivo afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo. Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe compreenderiam. Acompanhou-o com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os joelhos, até vê-la dobrar a outra esquina.
   Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás
__________________
Conto extraído de LISPECTOR, Clarice. A legião estrangeira. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Em teu amor — em tua liberdade!...




Há um amor genuíno em teus vagos olhos; e neles eu sei que posso repousar em descanso eterno; e neles habita teus anseios, tuas calmas, teus amores secretos, tuas infâncias roubadas, teus murmúrios da noite em que da bela flor brotou tua alma; tão límpida quanto à imensidão azulada do céu ao coroar-lhe os teus longos e macios fios capilares. Há uma sede inesgotável em teus lábios; e eles pedem perdidamente para saciá-la em rios serenos, em águas das quais posso ver-te refletida tal qual uma fada, que baila sob o brilho do sol. Há uma paixão tão frenética em tuas faces!; há um agitar de passos tão comoventes em teus membros inferiores!
    Levanta-te! Dar-lhe-ei o mundo — se assim o desejar: basta apenas que abra os olhos e, dado esse passo, venhas ao meu encontro. Venha! Chamo-me Felicidade: o teu complemento!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Pôr-do-sol



Venha! Sente-se ao meu lado. Dizem que não há tempo para contemplar o pôr-do-sol nessas regiões sombrias; mas a beleza está nos olhos de quem vê. Não vamos dar ouvidos aos outros. Apenas vamos sentir a brisa do vento tocar os nossos rostos; apenas deixemos que o tempo nos dê tempo para que possamos nos amar em instantes que compreendem à eternidade. Eu preciso que você esteja ao meu lado, embora que apenas em pensamentos, quando a sombra da culpa bater à minha porta; eu preciso que você compreenda a falta da minha própria compreensão.
    O pôr-do-sol já completou a sua jornada; e agora vê-se somente a escuridão bailar com suas baladas sombrias. Os únicos pontos brilhantes nessa noite sombria são duas estrelas que parecem estar abraçadas num abraço tão terno, que tudo o mais fica sendo apenas um complemento desigual àquelas duas amantes.
    Eu só quero ver o pôr-do-sol junto de ti; e logo após, quando a noite lançar seus braços sobre a débil abóbada celeste, saber que o nosso brilho continua aceso.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Embarque nessa viagem!



Eu gosto de voar às mais longínquas terras do Mundo. Levo meus pensamentos na primeira classe, para que eles possam desfrutar do máximo prazer que a viagem oferece. Eu não me preocupo em levar bagagens, pois sei que cada lugar será diferente do outro. Sei que posso estar tanto na era medieval quanto num apartamento moderno londrino; posso estar tanto à margem dum rio, contemplando o pôr-do-sol, quanto numa praia deserta, rodeado de animais selvagens. E nessas viagens não se paga praticamente nada: basta ter tempo para despender e boa vontade.
    Sei que os problemas espreitam a minha vida, sei que tudo se põe contra as minhas expectativas; mas isso não importa quando temos uma válvula de escape ao nosso favor. Apenas viajo em meu Alazão branco sem me preocupar se o sol já se pôs, ou se a chuva cai no telhado; apenas vago a mundos estonteantes. Como faço isso? É fácil: fecho-me no meu mundinho (o diminutivo serviu para lhe acariciar a visão, e não para deixar meu mundo com aspecto diminuto) dos sonhos com os meus livros.
    Tente fazer isso também! A passagem é barata e a satisfação, enorme!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Uma paixão de instantes




Mike Raimond parecia confuso ao pagar a conta no caixa do supermercado. Suas mãos não pendiam aos seus comandos internos. No caixa, havia uma mulher aparentando estar na casa dos trinta anos. Ela tinha cabelos compridos, que chegavam à metade das suas costas; seus olhos projetavam-se para fora como dois adornos numa delicada jóia, a saber, eles eram castanhos, como se fazendo contraste com a sua pele semi-morena; seus olhos eram rosados, carnudos, tinham acabado de receber uma leve camada de batom-glos; seus gestos pareciam afetados, mas, em descontraste, seu olhar era trêmulo, incapaz de olhar fixamente para alguém sem denotar visível timidez ao fazê-lo.
   Mike ainda não havia se recomposto do mal-estar (se é que aquilo poderia ser chamado de mal-estar). Ele olhava-a de forma confusa. O que é que havia acontecido para que ele tivesse ficado tão abalado ao deparar-se com aquela mulher?, pensava Mike. Mike não poderia estar enganado: ela olhava-o com interesse, como se tivesse reparado que ele também a olhava do mesmo jeito. Mike pôs o dinheiro sobre o balcão; ela entregou as compras a ele, e olhou-o de soslaio. Mike não pôde retribuir o olhar porque seu filho, de dez anos, vinha ao seu encontro, acompanhado de sua mãe.
   Mike, agora com quarenta anos, completava vinte anos de casamento com a sua mulher, Alexandra. Mike sempre sonhara em se casar com uma mulher delicada de feições e de alma; mas o destino não o concedera esse pedido. Alexandra era amiga da família de Mike, e sempre fora perdidamente apaixonada por ele. Embora Mike achasse-a uma boa moça, não encontrara nela substancial favorável para conceber suas intenções em relação ao matrimônio. Alexandra, mesmo sendo calma em suas ações, era uma mulher fria e calculista. Para Alexandra, o mais importante girava em torno do dinheiro; ela nunca tinha tempo para pensar em sentimentos complexos, sempre achava um meio de pôr o dinheiro como intermediário de suas ações.
    A família de Mike não sucedera bem em relação aos negócios; após esse golpe, precisava dum ponto de apoio para reerguer-se. Alexandra apareceu de forma tão inesperada quanto planejada. Em princípio, Mike foi relutante em ceder à proposta de Alexandra, mas não demorou muito para que Mike pensasse em como os seus pais ficariam depois de algum tempo à míngua; Mike acabou despojando Alexandra tendo a alma completamente cravada pelos ardilosos artifícios que ela o havia praticado.
   E assim Mike viveu com a alma morta durante dez anos seguidos. Durante os primeiros dez anos de casamento Mike não a deixara porque seus pais o pressionavam a seguir no casamento "perfeito"; e logo após esse tempo, Alexandra dera à luz a um bebê chamado Pedro Augusto. Esse fato foi quase como um acorde estridente, tocado numa casa de canções refinadas. Mike acordou do pesadelo e ergueu-se para o sonho de ser pai.
   Mike estava na porta de saída do supermercado, posicionando-se de costas para a rua. Alexandra e Pedro Augusto vinham logo ao seu encontro. Mike não pudera ter captado de forma errada: ele notara que a balconista o olhava complacentemente. Ele agachou-se para poder abraçar seu filho.
   Ao sair do supermercado, ambos (Mike e a balconista) trocaram olhares; e neles pôde-se ver uma leve expressão de angústia e uma lágrima marcarem suas faces por completo.


(Gilson G. Motta, Autor)
                                                                    Fim!
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