Vejo uma garotinha que acena com suas mãos trêmulas, parecendo que delas florescem pedidos agonizantes de ajuda. Ela parece distante; tento puxá-la para perto, mas, inclinando-se pra trás, ela se mistura com a névoa densa que a rodeia. Ela tem medo, parece assustada ao me ver chegar tão perto de sua alma. E ali ela jaz em um momento de pensamentos que a fazem olhar para o horizonte e não a mim.
Vejo um velho amigo que já não traz mais consigo a palavra conforto. Ele já não mais pula de alegria ao me ver. Suas mãos, calejadas por inúmeras tentativas de retirar do solo o que o véu mortal não lhe deu, aprisionam-se por correntes maçantes. Ele não vê mais ao seu lado o que fora seu ombro amigo.
Vejo a escuridão chegar em pequenas doses que vão se acumulando em resposta às minhas suplicas irracionais. Ela tem o sabor doce da brisa de um vento que o traga para seu interior como se fosse apenas um grão de areia. O sabor doce é efêmero, logo passa. Mas isso não tem tanta importância quando você já o assimilou.
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