Capítulo I
Ela pôs-se sobre os dois pés — recém acordara —, pôs sua notória veste e reuniu suas forças para sentar-se à mesa. O dia formara-se radiante hoje: nuvens pairavam em momentos esparsos sobre a abóbada celeste, via-se apenas paz e raios solares no céu. Seu dia estava apenas começando. Ela olhou no espelho, como se fazendo um ritual de reconhecimento: sempre fizera isso, seu ânimo ressoava depois deste ato solene. Seus pais faziam-se impacientes. Chamaram-na durante várias vezes, mas ela não ouvira — realmente, ela não queria ouvir. Finalmente, depois de muito tempo, ela desceu as escadas. Como era serelepe; sabia fazer-se alegre por qualquer motivo. Descia a escada em saltitantes passos. Seu pai — um comerciante de praça, alegre e de bem com o mundo — e sua mãe — dona de casa, que fazia todos os caprichos da filha — olharam-na de soslaio, mas logo fizeram-na aproximar-se deles e dar as devidas amenidades. Ela parecia feliz: seu rosto brilhava a todo momento.
— Você terminou seu trabalho escolar? — Sua mãe lhe perguntou.
O professor entrara de uma forma ríspida na sala de aula: ele era afetado, seus modos davam a entender misantropia misturada com falta de tato para com os seus alunos. A aula não tomou muita frivolidade. Girou em torno de moléculas e coisas do gênero. Logo após terminar o horário de aula, os alunos saíram da sala, entusiasmados com o fim da mesma.
Ele pôs seu engenhoem prática. Queria fazer algo: ficar inerte não era do seu feitio. Ele viu-a descer as escadas e pôs-se à sua frente.
— É claro, mamãe.
— Coma devagar! — Exclamou seu pai, preocupado com a filha.
— Estou com pressa. — Ela falava enquanto mastigava. — Não posso me atrasar; aquele professor é muito exigente.
— Vá com calma! — Seus pais falaram ao mesmo tempo, como se fossem sincronizados por uma preocupação mútua.
Ela foi para o colégio saltitando nas pontas dos pés. Encontrou seu melhor amigo da escola. Eles faziam tudo juntos. Já eram amigos desde a infância. Conversaram sobre a possibilidade do seu amigo ter um contato maior com uma garota que ele estava interessado. Ela não pareceu absorta com o assunto. Ele era seu único amigo. Talvez ela sentisse algo mais que uma simples amizade por ele. Ainda não tinha certeza disso, ou não queria falar para ele.
Ela foi para o colégio saltitando nas pontas dos pés. Encontrou seu melhor amigo da escola. Eles faziam tudo juntos. Já eram amigos desde a infância. Conversaram sobre a possibilidade do seu amigo ter um contato maior com uma garota que ele estava interessado. Ela não pareceu absorta com o assunto. Ele era seu único amigo. Talvez ela sentisse algo mais que uma simples amizade por ele. Ainda não tinha certeza disso, ou não queria falar para ele.
Chegaram na escola cedo. Ele contara a ela seu plano maluco para conquistar aquela garota.
Ele sabia que não daria certo, sempre soube desta probabilidade. Mas, mesmo assim, arriscou-se.
Não fazia frio naquela manhã. O gramado da escola estava alto, tudo remetia a antigüidade.
Não fazia frio naquela manhã. O gramado da escola estava alto, tudo remetia a antigüidade.
Ela chegara de repente; seus cabelos ao vento, sua pele alva, seu corpo exalando um perfume único — fragrância de rosas, retiradas de um jardim virginal. Não dava importância aos outros colegas da classe. Era uma garota arrogante, mas não era sua culpa. Fora tida em uma educação familiar irregular. Seus pais eram calculistas e mal-amados.
O professor entrara de uma forma ríspida na sala de aula: ele era afetado, seus modos davam a entender misantropia misturada com falta de tato para com os seus alunos. A aula não tomou muita frivolidade. Girou em torno de moléculas e coisas do gênero. Logo após terminar o horário de aula, os alunos saíram da sala, entusiasmados com o fim da mesma.
Ele pôs seu engenho
— Olá! Sou seu... — Ele oscilou ao desferir essas palavras —... colega de classe.
— O que quer? — Ela parecia impaciente — Estou com pressa.
— Conversar!
— Você é o nerd que senta no fundo da sala, certo? — Sua voz parecia debochada.
— Sim, sou eu. — Isso foi vergonhoso para ele.
Ser nerd em uma escola de bombados e patricinhas era quase imperdoável. Mas tinha suas vantagens também: o diretor era ameno para com essa classe, os professores jaziam alegres de terem alunos corretos, e, por isso, os levavam no colo. O único problema era as garotas. Há! As garotas, isso era um verdadeiro entrave na vida dos nerds: eles podiam ter inteligência e resolverem problemas complexos em segundos, mas as garotas procuravam os mais fortes, os mais belos, os que possuíssem uma carteira um pouco mais farta.
Mas, por enquanto, deixemos de conversa e voltemos ao diálogo dos jovens.
— Eu não tenho muito tempo — Ela falou de forma grosseira —, fale logo o que quer!
Ele contara à sua amiga tudo que acontecera na sua tentativa de um começo de amizade com a garota. Ela sorria para ele, mas queria dizer essas palavras: ela não é para você, não se encaixa no seu mundo. Nem sequer tem a mesma idade que você. Não gosta de ler, não gosta de fazer o que você faz. Essa estória não dará certo. Confie em mim, eu sei disso... Mas se continha em dizer a ele que tivesse calma e controlasse seus ânimos, pois a garota veria o quão especial ele era. Ela queria abraçá-lo, dizer o quanto gostava dele, mas não tinha coragem para tal atitude.
— Ela vai falar comigo amanhã. — Disse ele por fim.
— Quero fazer amizade. Se você quiser, podemos ser amigos.
— Eu não sei...
— Eu sou paciente. — Ele parecia encantado por ela.
— Vamos conversar outro dia. Amanhã, talvez.
— Sim, está bem. — O começo havia surgido...
Despediram-se e foram para casa.
Ele contara à sua amiga tudo que acontecera na sua tentativa de um começo de amizade com a garota. Ela sorria para ele, mas queria dizer essas palavras: ela não é para você, não se encaixa no seu mundo. Nem sequer tem a mesma idade que você. Não gosta de ler, não gosta de fazer o que você faz. Essa estória não dará certo. Confie em mim, eu sei disso... Mas se continha em dizer a ele que tivesse calma e controlasse seus ânimos, pois a garota veria o quão especial ele era. Ela queria abraçá-lo, dizer o quanto gostava dele, mas não tinha coragem para tal atitude.
— Ela vai falar comigo amanhã. — Disse ele por fim.
— Você realmente gosta dela? — Ela queria dizer o seguinte: abrace-me, não me vê?
— Sim, por que não gostaria? — Ele pareceu confuso com aquela pergunta. — Não sei...
— Você namoraria comigo se estivesse no lugar dela? — Ele pronunciou esse pergunta de uma forma assaz despojada.
— Você é interessante. Por que não? — Ela desejaria namorá-lo agora.
Ela parou em frente à sua casa. Seus olhos fitaram-o ao longe, até tê-lo perdido de vista. Ela começara a sentir algo diferente por ele, como se o fato dele estar gostando daquela garota incomodasse-a. Seus pensamentos estavam em conflito: ora pensava em ajudá-lo, mesmo isso possibilitando a sua perda; ora pensava em declarar-se para ele, sabendo que, se o fizesse, correria o risco de não ser correspondida. Mas não tinha coragem de pôr ambos os devaneios em prática.
Sua mente estava saturada de pensamentos. De repente, sem si dar conta, ela estava no primeiro dia de aula, há cinco anos atrás, quando conhecera seu melhor amigo. Quarta série, um ótimo estágio para se fazer amizades. Ela sempre fora tímida, não se sentia à vontade com os demais.
O inverno estava forte naquele começo de ano. As casas inflavam de neve por todos os lados.
Ela esquecera o casaco no ônibus escolar. Sentara longe das janelas da classe para não ser acometida ao frio, mas isso não adiantou.
Essas lembranças refletiam paz ao interior da alma angelical de Briana. Ela queria voltar no tempo, não possuir esse sentimento estranho pelo seu amigo. Isso era confuso para ela, fazia sua mente pulsar ruidosamente enquanto analisava esses novos sentimentos que apoderaram-se do seu coração. Nesse coração jaziam apenas sentimentos de amizades, não lhe convinha ponderar sobre namoros, mas esse coração, ao qual refiro-me, jaz em outrora.
Briana despertou desse devaneio em um choro copioso, que fora abafado apenas pelo travesseiro e por sua sonolência abrupta. Seus olhos fecharam-se, sua alma calou-se, como se fazendo sincronia com a noite taciturna que chegara repentinamente, qual um manto negro pousado sobre o sofrimento humano, mas que pôs fim — ainda que temporário — ao pranto da garota que acabara de desabrochar para os encantos do amor.
Capítulo II
A mãe de Briana abriu as cortinas agilmente, fazendo com que delas caísse nuvens de poeira. Ela chamou Briana várias vezes, pois via que a filha estava atrasada para o colégio. Briana custou a levantar. Mas sua mãe foi impertinente.
Por fim, Briana desceu as escadas. Não estava tão alegre como outrora. Mas sua fisionomia singular tratava de regular a falta de ânimo. Ela comeu rapidamente. Seus pais ficaram preocupados com ela. Briana sempre se alimentara avidamente; por que o recesso repentino na alimentação? Perguntavam seus pais.
O sol se abrira oponentemente sobre a manhã sonolenta. A manhã bolorenta fazia contraste com os passos fleumáticos que Briana exercia sobre a calçada.
Ela não dormira bem, se debateu à noite toda. Por que isso acontecera logo comigo? Indagara-se Briana enquanto se dirigia à escola.
Ela sempre se dirigira à escola de forma alegre, saltitante, eu diria. Era uma fada reluzente. Sua alma flutuava com as gotas maciças do orvalho. Fazia sorrir até um cachorro rabugento que morava a algumas quadras da sua casa.
Briana desconhecia as impurezas da vida. Nunca se posicionara às coisas fúteis, contentava-lhe apenas os amigos e a família — isso que fazia as coisas importantes da sua vida acontecerem, e não compras exacerbadas, nem baladas, tampouco vários namorados bombados.
George vinha logo atrás de Briana. Alargou os passos para poder alcançá-la.
— Bom dia, Briana!
— Olá, George!
— Você está bem, Briana?
— Claro! Por que não? — Ela pôs um sorriso no rosto para validar a sua resposta.
Briana se portava jubilosamente ao se dirigir às pessoas, mesmo sendo um reles serviçal. E mesmo ela estando internamente abalada por frustrações que não deveriam ser reportadas, apesar da fragilidade que ela possuíra, às pessoas. Ela sempre pôs os outros em primeiro lugar.
— Você namoraria comigo se estivesse no lugar dela? — Ele pronunciou esse pergunta de uma forma assaz despojada.
— Você é interessante. Por que não? — Ela desejaria namorá-lo agora.
— Eu estou inseguro...
— Ela irá apaixonar-se por você. Confie em mim.
— Você é única! — Ele olhou-a nos olhos.
— Obrigada! — Seu coração começara a palpitar.
— Até logo!
— Até!
Ela parou em frente à sua casa. Seus olhos fitaram-o ao longe, até tê-lo perdido de vista. Ela começara a sentir algo diferente por ele, como se o fato dele estar gostando daquela garota incomodasse-a. Seus pensamentos estavam em conflito: ora pensava em ajudá-lo, mesmo isso possibilitando a sua perda; ora pensava em declarar-se para ele, sabendo que, se o fizesse, correria o risco de não ser correspondida. Mas não tinha coragem de pôr ambos os devaneios em prática.
— Briana, o que faz parada na calçada? — Sua mãe estava à porta.
— Já estou indo, mamãe! — Ela parecia um anjo sob a luz do crepúsculo...
Ela entrou em casa. Foi direto para o seu quarto. Sua mãe indagou-a se não havia algo de errado com ela, mas ela disse ser apenas uma dor de cabeça passageira.
Sua mente estava saturada de pensamentos. De repente, sem si dar conta, ela estava no primeiro dia de aula, há cinco anos atrás, quando conhecera seu melhor amigo. Quarta série, um ótimo estágio para se fazer amizades. Ela sempre fora tímida, não se sentia à vontade com os demais.
O inverno estava forte naquele começo de ano. As casas inflavam de neve por todos os lados.
Ela esquecera o casaco no ônibus escolar. Sentara longe das janelas da classe para não ser acometida ao frio, mas isso não adiantou.
— Está com frio? — Indagara o garoto que sentara ao seu lado.
— Um pouco! — Na verdade, ela tremia de frio.
— Tome um dos meus casacos — Ele não dera tempo para que ela negasse o favor —, tenho esse de reserva. Minha mãe preocupa-se muito com a minha saúde.
— Obrigada! Havia algo de angelical na sua voz...
— Meu nome é George, muito prazer!
— Briana, igualmente!
Eles limitaram-se apenas às apresentações. George era um garoto alegre, fazia amizades com muita facilidade. Mas estava um pouco nervoso naquele dia. Fosse a pressão com a nova classe, fosse apenas uma leve impressão de que sua mão suara ao dirigir-se à Briana, ele não sossegara à aula inteira. Briana, por sua vez, não estava à vontade na classe. Ela era uma garota meiga, sua face reluzia bondade e uma alegria interior saltava aos seus olhos em todo e qualquer tipo de entabulação de conversa. Ela realmente era uma fada em forma de criança; uma criança que cresceria e não deixaria de sê-la.
E foi assim que, depois de conversas e confidências mútuas, ambos viraram amigos, e uniram laços de amizades que perdurariam até os primeiros traços da estória, como nosso caro leitor pôde observar.— Meu nome é George, muito prazer!
— Briana, igualmente!
Eles limitaram-se apenas às apresentações. George era um garoto alegre, fazia amizades com muita facilidade. Mas estava um pouco nervoso naquele dia. Fosse a pressão com a nova classe, fosse apenas uma leve impressão de que sua mão suara ao dirigir-se à Briana, ele não sossegara à aula inteira. Briana, por sua vez, não estava à vontade na classe. Ela era uma garota meiga, sua face reluzia bondade e uma alegria interior saltava aos seus olhos em todo e qualquer tipo de entabulação de conversa. Ela realmente era uma fada em forma de criança; uma criança que cresceria e não deixaria de sê-la.
Essas lembranças refletiam paz ao interior da alma angelical de Briana. Ela queria voltar no tempo, não possuir esse sentimento estranho pelo seu amigo. Isso era confuso para ela, fazia sua mente pulsar ruidosamente enquanto analisava esses novos sentimentos que apoderaram-se do seu coração. Nesse coração jaziam apenas sentimentos de amizades, não lhe convinha ponderar sobre namoros, mas esse coração, ao qual refiro-me, jaz em outrora.
Briana despertou desse devaneio em um choro copioso, que fora abafado apenas pelo travesseiro e por sua sonolência abrupta. Seus olhos fecharam-se, sua alma calou-se, como se fazendo sincronia com a noite taciturna que chegara repentinamente, qual um manto negro pousado sobre o sofrimento humano, mas que pôs fim — ainda que temporário — ao pranto da garota que acabara de desabrochar para os encantos do amor.
Capítulo II
A mãe de Briana abriu as cortinas agilmente, fazendo com que delas caísse nuvens de poeira. Ela chamou Briana várias vezes, pois via que a filha estava atrasada para o colégio. Briana custou a levantar. Mas sua mãe foi impertinente.
Por fim, Briana desceu as escadas. Não estava tão alegre como outrora. Mas sua fisionomia singular tratava de regular a falta de ânimo. Ela comeu rapidamente. Seus pais ficaram preocupados com ela. Briana sempre se alimentara avidamente; por que o recesso repentino na alimentação? Perguntavam seus pais.
O sol se abrira oponentemente sobre a manhã sonolenta. A manhã bolorenta fazia contraste com os passos fleumáticos que Briana exercia sobre a calçada.
Ela não dormira bem, se debateu à noite toda. Por que isso acontecera logo comigo? Indagara-se Briana enquanto se dirigia à escola.
Ela sempre se dirigira à escola de forma alegre, saltitante, eu diria. Era uma fada reluzente. Sua alma flutuava com as gotas maciças do orvalho. Fazia sorrir até um cachorro rabugento que morava a algumas quadras da sua casa.
Briana desconhecia as impurezas da vida. Nunca se posicionara às coisas fúteis, contentava-lhe apenas os amigos e a família — isso que fazia as coisas importantes da sua vida acontecerem, e não compras exacerbadas, nem baladas, tampouco vários namorados bombados.
George vinha logo atrás de Briana. Alargou os passos para poder alcançá-la.
— Bom dia, Briana!
— Olá, George!
— Você está bem, Briana?
— Claro! Por que não? — Ela pôs um sorriso no rosto para validar a sua resposta.
Briana se portava jubilosamente ao se dirigir às pessoas, mesmo sendo um reles serviçal. E mesmo ela estando internamente abalada por frustrações que não deveriam ser reportadas, apesar da fragilidade que ela possuíra, às pessoas. Ela sempre pôs os outros em primeiro lugar.
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