sexta-feira, 22 de abril de 2011

Poesia feita pela minha eterna princesinha


Somos ilha e mar.
Onde o vento está sempre à assobiar.
As folhas e borboletas dançam sem parar.
E o nosso amor cresce e ilumina todo lugar.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

História Estranha, por Luis Fernando Veríssimo


    Um homem vem caminhando por um parque quando de repente se vê com sete anos de idade. Está com quarenta, quarenta e poucos. De repente dá com ele mesmo chutando uma bola perto de um banco onde está a sua babá fazendo tricó. Não tem a menor dúvida que é ele mesmo. Reconhce a sua própria cara, reconhece o banco e a babá. Tem uma vaga lembrança daquela cena. Um dia ele estava jogando bola no parque quando de repente aproximou-se um homem e...
O homem aproxima-se dele mesmo. Ajoelha-se, põe as mãos nos seus ombros e olha nos seus olhos. Seus olhos se enchem de lágrimas. Sente uma coisa no peito. Que coisa é a vida. Que coisa pior ainda é o tempo. Como eu era inocente. Como os meus olhos eram limpos. O homem tenta dizer alguma coisa, mas não encontra o que dizer. Apenas abraça a si mesmo, longamente. Depois sai caminhando, chorando, sem olhar para trás.
O garoto fica olhando para a sua figura que se afasta. Também se reconheceu. E fica pensando, aborrecido: quando eu tiver quarenta, quarenta e poucos, como eu vou ser sentimental!

Há algum tempo que não venho cá postar nada. Nem muito menos me dirigir ao público que visita este Blog. Talvez essa seja a primeira vez em que você me vê através das minhas próprias palavras. Sem ter um texto literário para encobrir o meu eu interior. Hoje estou tentando ver na vida um novo recomeço; um novo caminho. Procurei ajuda médica há alguns dias atrás; talvez já faça um mês. Mas isso não importa quando se tem uma cabeça distraída como a minha. Considero-me uma pessoa estranha aos olhos da sociedade. Mas, falando realmente, quem não é estranho? Não há nesse mundo nem noutro pessoa tão perfeita ou tão sem erros. Confesso que ainda estou inseguro. Mas com a ajuda da minha princesinha (da Stefany) sei que nada é impossível de se conseguir. Agora trilho um caminho rodeado de rosas; donde se vê o céu azul e se pisa em nuvens fofas como algodão. Agora sei que posso dormir à noite e ter bons sonhos. Agora estou aprendendo a viver de novo.
    Obrigado, minha eterna princesinha. Eu te amo muito.
    O que isso tem a ver com o texto lá de cima? Tudo! Agora vejo que a minha criança interior ainda não havia morrido. Estava apenas adormecida. Bastava apenas que a minha princesinha soprasse um sopro de vida em meu coração. Vivo e vivo-a. Porque agora somos um só.

segunda-feira, 28 de março de 2011

O amor é um pássaro vermelho


Não há ervas más nem homens maus. Há apenas maus cultivadores.
A beleza maior é a que vem de dentro.

terça-feira, 1 de março de 2011

Aceitação


Ela: E se eu ficar feia?
Ele: Eu fico míope.
Ela: E se eu chorar?
Ele: Eu seco suas lagrimas.
Ela: E se eu ficar muito triste?
Ele: Eu viro palhaço.
Ela: E se eu te chingar?
Ele: Eu fico surdo.
Ela: E se eu não quiser te ver?
Ele: Eu fecho seus olhos e fico do teu lado.
Ela: E se eu ficar gorda?
Ele: Eu quebro o espelho.
Ela: E se eu ficar doente?
Ele: Eu cuido de você.
Ela: E se eu quiser te bater em um momento de raiva?
Ele: Eu te seguro, te abraço e te faço esquecer a raiva.
Ela: E se eu falar que te amo?
Ele: Você vai estar sendo correspondida.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Infância


As pessoas crescem 
Seguindo uma doutrina
Que jamais esquecem 
Não importando a sua sina


Elas sempre se comportarão
Como crianças, sem crescer
Como as mesmas aspirações
Que foram induzidas a ter

Veremos um idoso
E observaremos seu olhar
Resplandecerá no seu rosto
O que a infância estava a o ensinar.

Então cuide das crianças
Induzindo-as  positivamente
Pois todas as esperanças
Estão contidas em suas mentes

Seus corações só agirão
Como foram ensinados
Elas sempre se lembrarão
Da direção dos seus primeiros passos

Blue Valentine

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O nosso mundo


O sol põe-se no horizonte... Que imagem esplêndida... Gostava de ser o melhor dos pintores, para retratar na tela este fabuloso momento...

Eu que sou um pouco fechado... Tenho receio em partilhar o meu mundo... Talvez também porque outrora fui bem menos receoso... E deixava entrar as pessoas mais facilmente no meu mundo... E quase sempre gostava de tê-las lá... De partilhar o meu mundo... O pior foi quando essas pessoas, por qualquer razão decidiram fazer as malas e partir em viagem... Aí tudo ficava muito feio... Eu ficava bastante triste... Angustiado... Por vezes revoltado... Algumas vezes eu próprio queria abandonar o meu mundo... E depois de o tempo ir curando essa ferida, esse sentimento de fuga ia-se desvanecendo... E vinha o sentimento de egoísmo... De vontade de não partilhar mais... De medo de partilhar o mundo...

Daí guardar muito as coisas especiais para mim mesmo... Naquele cantinho, onde as tento manter protegidas... Onde não deixo quase ninguém chegar... Tenho receio de partilhá-las... Tenho medo... Tenho medo que elas voem para longe de mim... Tenho medo que o meu mundo se desmorone...

Mas a beleza da vida está em partilhar... Os nossos dias... As nossas noites... Os nossos risos... As nossas lágrimas... Os nossos momentos especiais... E também os menos especiais...Os nossos acordares... Os nossos últimos olhares antes do soneca nos vencer... O NOSSO MUNDO...

E este pôr do sol adorava tê-lo partilhado...

Hoje gostava de partilhar o meu mundo...

Hoje gostava de voltar aos anos de criança... Ao tempo em que dava o maior dos trambolhões de bicicleta... E foram alguns, confesso... Mas no dia seguinte estava novamente a andar... E mais depressa ainda...
Gostava de voltar aos tempos em que acreditava... Sonhava mais facilmente... Não que eu hoje não sonhe... Mas em criança não surgiam as dúvidas... As incertezas... Simplesmente sonhava... E vivia os meus sonhos sem que nada os conseguisse pôr em causa... Sem que nada me tirasse o sorriso da cara...

Hoje gostava de partilhar o meu acordar... Gostava que visses o meu penteado (ou melhor, não penteado) ao acordar... Gostava de partilhar o meu pequeno almoço... O meu leitinho com ovomaltine... As minhas torradas... Os meus cereias...

Gostava de partilhar o meu almoço... O almoço feito pela avó... Almoço é sempre Avó...

Gostava de partilhar o meu passeio... Por onde não é o mais importante... Simplesmente gostava de partilhar um passeio... Sítios não faltariam para passearmos... Eu tenho aqueles sítios... Aqueles locais... Denomino-los de "os meus passeios"... Gostava de partilhá-los... E poder denominá-los de "os nossos passeios"...

Gostava de partilhar o meu jantar... Gostava de partilhar a melhor sopa do mundo... A sopa da pessoa que mais admiro... A sopa da melhor das mães... Hoje gostava que a comesses comigo... Gostava que conhecesses a minha família... A minha bela família... Família que adoro...

Gostava de partilhar as minhas fotos... As fotos da minha vida... Mostrar-te as fotos dos meus momentos especiais... Das minhas pessoas especiais... E depois tirar as nossas fotos... Retratar os nossos momentos...

Gostava de partilhar aqueles filmes... Os meus filmes... Gostava de poder dizer, não os meus, mas sim... Os Nossos Filmes...

Gostava de partilhar as minhas músicas... Aquelas músicas de sempre... De todos os momentos... Músicas de lágrimas... Muitas lágrimas... Mas também grandes sorrisos... Os maiores dos sorrisos... Gostava que elas se tornassem nas nossas músicas...

Gostava que estivesses aqui comigo... A escrever este texto... A tornar o momento especial... A tornar o texto especial... A dar-me a chance de dizer "adoro partilhar contigo" em vez de dizer "gostava de partilhar"...

Gostava de partilhar o momento que já faz parte da rotina das noites de primavera e verão... O momento em que olho as estrelas... Naquele sítio, ou no outro... Uns mais especiais... Outros menos... Mas hoje gostava de poder tornar um sítio no mais especial de todos... As estrelas nas mais brilhantes de sempre... Sabes pq?! Pq gostava de os poder tornar, não no meu sítio, não nas minhas estrelas... Mas sim... NO NOSSO SÍTIO... NAS NOSSAS ESTRELAS...

Gostava de partilhar a chegada do soneca... Tenho a certeza que se a partilhasse, o soneca iria ter uma dura tarefa... Muito dura mesmo... Eu não iria querer ceder-lhe nem por nada deste mundo... Pois estaria feliz por estar a partilhar o meu mundo... E quando acabasse por lhe ceder, iria adormecer com o mais belo dos sorrisos... E esse eu queria tanto partilhar contigo...

Mas há ainda uma coisa que eu queria partilhar... Ou melhor, queria ter... Pois só é possível ter partilhando... Não tendo receio... Queria que tu também não tivesses...
Eu queria partilhar muitas festinhas... Imensas carícias... Aquelas festinhas na cara... No cabelo... No pescoço... Aquelas festinhas que nos deixam todos os pêlos arrepiados... Gostava de partilhar os melhores abraços... Hoje eu gostava que partilhasses comigo... Hoje eu queria que me abraçasses... Hoje eu queria sentir o teu toque... A tua pele...

Hoje queria-te aqui comigo... No meu mundo... No teu mundo... NO NOSSO MUNDO...

O segredo da felicidade


"Certo mercador enviou o filho para aprender o Segredo da Felicidade com o mais sábio de todos os homens. O rapaz andou durante quarenta dias pelo deserto, até chegar a um belo castelo no alto de uma montanha. Lá vivia o Sábio que o rapaz procurava.
Ao invés de encontrar um homem santo, porém, o nosso herói entrou numa sala e viu uma actividade imensa; mercadores entravam e saíam, pessoas conversavam pelos cantos, uma pequena orquestra tocava melodias suaves, e havia uma farta mesa com os mais deliciosos pratos daquela região do mundo. O Sábio conversava com todos, e o rapaz teve que esperar duas horas até chegar a sua vez de ser atendido.
O Sábio escutou atentamente o motivo da visita do rapaz, mas disse-lhe que naquele momento não tinha tempo para lhe revelar o Segredo da Felicidade. Sugeriu que o rapaz desse um passeio pelo seu palácio, e voltasse daí a duas horas.
- Entretanto, quero pedir-te um favor - completou o Sábio, entregando ao rapaz uma colher de chá, onde deitou duas gotas de óleo. - Enquanto estiveres a caminhar, segura esta colhar na mão sem deixares que o óleo seja derramado.
O rapaz começou a subir e a descer as escadarias do palácio, mantendo sempre os olhos fixos na colher. Ao fim de duas horas, voltou à presença do Sábio.
- Então - perguntou o Sábio - viste as tapeçarias da Pérsia que estão na sala de jantar? Viste o jardim que o Mestre dos Jardineiros levou dez anos a criar? Reparaste nos belos pergaminhos da minha biblioteca?
O rapaz, envergonhado, confessou que não tinha visto nada. A sua única preocupação fora a de não derramar as gotas de óleo que o Sábio lhe tinha confiado.
Pois então volta e conhece as maravilhas do meu mundo - disse o Sábio. - Não podes confiar num homem se não conheceres a sua casa.
Já mais tranquilo, o rapaz pegou na colher e voltou a passear pelo palácio, desta vez reparando em todas as obras de arte que pendiam do tecto e das paredes. Viu os jardins, as montanhas ao redor, a delicadeza das flores, o requinte com que cada obra de arte estava colocada no seu lugar. De volta à presença do Sábio relatou pormenorizadamente tudo o que tinha visto.
- Mas onde estão as duas gotas de óleo que te confiei? - perguntou o Sábio.
Olhando para a colher, o rapaz percebeu que as tinha derramado.
- Pois este é o único conselho que tenho para te dar - disse o mais Sábio dos Sábios. - O Segredo da Felicidade está em olhar todas as maravilhas do mundo, e nunca esquecer as duas gotas de óleo na colher."

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Multidão


Eles sempre correm ao meu lado, como se dizendo algo que eu não pudesse compreender. São vozes confusas, e muitas vezes elas se misturam, embaralham-se no ar. Sempre tentei decifrá-las, mas nunca consegui sequer chegar perto de uma resposta.
    A multidão das ruas sempre me pôs medo. As pessoas são indecifráveis. Talvez por isso é que eu me sinta tão intrigado com as pessoas ao meu redor. Talvez seja por isso que eu tenha tanto receio de interagir com elas.

Amar


Amar é ser livre para poder escolher se prender à pessoa amada. Amar é ver o Mundo se despedaçando sem a presença de quem se ama. Amar é festa, brincadeira de criança, é um longo caminho percorrido a dois. Amar é ir de encontro a mil pessoas, mas estar à procura de apenas uma delas. Amar é tomar sorvete na praça sem ter vergonha de se estar lambuzado ou não. Amar é aquele segredo que se conta sem receio, é um abraço bem dado, é um passeio de mãos dadas. Amar é a mão estendida após a tempestade. Amar é o saber que não se sabe, tampouco se aprende: apenas se vive. Amar é a palavra não dita, é o silêncio barulhento, é a calma abalada. Amar é sorrir para tudo e para todos, é ser aquele grande bobo da classe, é ter histeria de risos. Amar é querer que a pessoa amada seja feliz antes de qualquer outra coisa. Amar não se conjuga: exerce-se.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Sombra


"A sombra guarda, de nossa personalidade, os lados que não se desenvolveram, as possibilidades, capacidades e intenções inconscientes de nossa alma. Em muitas ocasiões essa sombra é chamada de nosso irmão das trevas."
(Ernst Aeppli)

Prados


Não fazia frio durante aquela manhã, embora um vento gélido, típico da estação, batesse contra o meu rosto, fazendo com que meus olhos ficassem sensíveis ao ponto de lacrimejarem. Havia despertado cedo naquela manhã, supondo que os prados pudessem aliviar a minha dor da noite passada. Isso fora uma grande tolice! Aventurar-me nos prados só serviu para dar mais vazão às minhas lembranças. Pensei em tudo que ocorrera comigo e em tudo que meu pai dissera na noite anterior. Essas lembranças latejavam em minha mente como se fossem maciças clavas fincando-se em meu coração. Eu tinha vontade de chorar, gritar o mais alto possível, até que ela pudesse ouvir minhas súplicas. Eu não compreendia o porquê da nossa separação; sendo constante o meu desejo de procurá-la, aonde quer que ela estivesse. Fiquei deitado sobre os prados até meus olhos se fecharem e minha mente estar absorta com as imagens da véspera.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

PUBERDADE: O INÍCIO DAS COMPLICAÇÕES



Se na infância as crianças querem mais do que tudo se sentir iguais à outras da “turma”, a
partir da puberdade queremos mais do que tudo ser diferentes de todas as outras pessoas. É
evidente que isso nos impulsiona na direção da busca da individualidade [...] É fato também que isso provoca um aumento da solidão, que pede um “grande amor”. O grande amor é fantasiado como uma coisa extraordinária, fato que também agrada à vaidade: é uma forma de ser especial e único a dois! [...]
 A vaidade traz esse esforço da individualidade, traz uma preocupação muito maior com a
aparência física, com os sinais externos de posição social – grife nas roupas, por exemplo – e traz consigo uma nova dor: a humilhação. Não sei se ela  é completamente nova, mas durante o período infantil, o sentir-se por baixo, o ser colocado num plano mais submisso, o fato de perder uma disputa, tudo isso dói muito menos do que a fase adulta. Ter sucesso faz bem  para a vaidade, porém fracassar é uma humilhação terrível. Isso vale para qualquer assunto: para as paqueras, para o jogo de futebol, para o vestibular e assim por diante. A dor é muito forte. Onde existe dor forte costumamos levar as coisas  a sério, porque queremos nos proteger contra essa dor, tentar evitá-la. Dessa forma, a partir da puberdade todas as coisas da vida passam a ser coisa séria. O que era “jogo-treino” passou a ser jogo “válido pelo campeonato”. A partir daí, tudo é para valer.
 É evidente também que ninguém se acha perfeito e completamente equipado para esse
jogo. Ninguém  acha que Deus foi suficientemente generoso e lhe deu tudo com que sonharia. Uns acham que são baixos demais, outros, que o nariz é muito grande; para outros, o problema é o cabelo crespo ou liso demais. Alguns se revoltam contra a posição social e econômica da família, se  tornam  adolescentes  difíceis  e  não raramente buscam nas drogas e nas turmas de colegas o consolo para suas insatisfações e incompetências. Buscam, por aí, a saída errada, um caminho de maus resultados. A época é difícil mesmo. Os sentimentos de inferioridade são inevitáveis. Tudo dói muito. Tudo dá medo, mas é preciso coragem e força interior para seguir viagem.
     (Flávio Gikovate)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Desejos



Eu não quero (nem vou) passar o resto dos meus dias sentado em frente a um computador ou deitado numa cama esperando a vida passar. Um jovem precisa conhecer o seu país, precisa de vida enquanto ainda tem fôlego para lutar Não sabemos quando a senhora morte irá bater na nossa porta, mas ela precisará de muito tempo atrás de todos os endereços por onde passarei. Uma temporada no sul, outra em paris e, porra, quanta historia me espera lá fora. Quantos amores perdidos, conversas fiadas e pessoas incríveis estão por ai enquanto escrevo esse texto.

Eu sei, eu sei, sou um cara difícil de entender, mas a verdade é que eu não quero ser entendido. Quando alguém sabe tudo sobre você acaba perdendo a graça e ela te larga por você ser apenas outro enigma já decifrado. Se há alguma definição para mim é que eu sou o que escrevo. Um pessimista. Um pessimista que tem sonhos otimistas. Alguns corações quebrados, garrafas vazias e uma boa ressaca moral, esse é um ambiente agradável para mim.

Sei que vocês sonham e muitas vezes não correm atrás do que querem. Colocam defeitos, barreiras criadas pela sua mente e vocês desistem. Por quê? Por parecer ser impossível? Impossível é apenas uma palavra esperando por tradução no dicionário de um vencedor. Só existe um jeito de vencer esse jogo e é arriscando. A vida, desde o principio, é apenas risco. Risco de morrer, de ser infeliz, de viver sozinho ou de ter uma família. Pelo caminho vamos sangrar se ferir, chorar, cair, mas isso não pode nos parar. Não vamos fraquejar contra um inimigo tão sujo. Mesmo quando pensar que a guerra está acaba não abaixe sua guarda. Os covardes estão esperando por esse descuido para contra atacar. Tentarão te derrubar, te rotular, te comparar. Siga em frente.

O mundo não é um mar de rosas, você já sabe disso. Ele tornará seu sonho uma ilusão, te confundirá até que desista e se em algum momento pensar que está ficando louco, acredite, você está. O mundo é um grande hospício. Apesar de tudo, siga em frente. Não desista por tão pouco e nem por muito.



Visitem o blog da postagem

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Never Gonna Be Alone

Criativas e surpreendentes obras de Marco Escobedo de Lima


Marco Escobedo de Lima, Peru, desde muito pequeno sempre foi interessado em tudo, mais do que uma prática, o desenho era para ele uma paixão que foi crescendo à medida que observava as obras de muitos artistas. 
Através de vários estudos sobre várias oficinas ele encontrou uma forma de penetrar neste campo. Confira algumas de suas obras.

Hanako-San (Lenda do banheiro do Japão)



Hanako-san -- uma jovem garota assustadora que assombra banheiros de escola por todo o Japão -- tem recentemente se tornado um dos fantasmas mas famosos do país.

Não é incomoum escolas possuírem um banheiro permanentemente ocupado por essa garota misteriosa, conhecida no Japão como Toire no Hanako-San (lit. “Hanako do banheiro). Ela pode ser encontrada na terceira cabine do banheiro do terceiro andar de escolas -- geralmente o banheiro feminino -- mas isso varia de escola a escola. Detalges de sua aparência física também varia, mas ela é geralmente descrita como tendo cabelo curto (estilo “chanel”) e veste uma saia vermelha.

O comportamento dela também varia de acordo com a localização, mas na maioria dos casos, ela fica escondida no banheiro até que algum aluno aventureiro se atreva a provocá-la. Hanako-san pode ser invocada ao bater na porta de sua cabine (geralmente três vezes), chamando-a pelo nome e perguntando alguma coisa. A pergunta mais comum é um simples “Você está aí, Hanako-san?”. Se ela estiver presente, Hanako-san responde com uma voz fraxa, “Sim, estou aqui.”. Algumas histórias dizem que qualquer um que seja corajoso o suficiente para abrir a porta nesse momento, é recebido por uma garotinha vestindo uma saia vermelha, e então é puxado para dentro do banheiro.

Poucos são os detalhes sobre a origem de Hanako-san. Embora ela tenha se tornado um fenômeno nacional nos anos 80, há uma especulação de que a lenda tenha existido desde os anos 50. Algumas histórias contam que ela é o fantasma de uma garota da época da Segunda Guerra Mundial, que morreu durante um bombardeio, enquanto brincava de esconde-esconde na escola. Outras histórias dizem que ela é o fantasma de uma garota que morreu nas mãos de uma parente agressivo ou abusivo (ou um estranho pervertido, de acordo com algumas histórias) que a encontrou se escondendo no banheiro. Em alguns casos, ela é o fantasma de uma estudante que morreu em algum trágico acidente na escola (Uma história de Fukushima, por exemplo, conta que ela é o fantasma de uma menina que caiu da janela da biblioteca).

Inúmeras versões da lenda de Hanako-san tem aparecido ao longo dos anos. Aqui estão algumas versões:

- De acordo com uma lenda de Yamagata, alguma coisa terrível vai acontecer se Hanako-san falar com você em um tom de voz desagradável. Outra lenda de Yamagata diz que Hanako-san é um lagarto de três cabeças, com três metros de altura, que usa a voz de garota para atrair presas.

- Em uma escola na cidade de Kurosawaiiri (Distrito de Iwate), diz que uma grande mão branca aparece em um buraco no chão da terceira cabine do banheiro se você dizer “terceira Hanako-san” (sanbanme no Hanako-san).

- No banheiro masculino de uma escola em Yokohama (distrito de Kanagawa), diz que uma mão sangranta sai da privada (provavelmente uma de estilo mais antigo (N/T: tipo esse) se você andar em volta dela três vezes enquanto chama o nome de Hanako-san.

- Histórias sobre um tal de “Fungo Hanako” também tem circulado nas escolas. Uma espécie de fungo que infecta qualquer um que rale o joelho no parquinho. Conta-se que a infecção faz pequenos cogumelos nascerem do ferimento.

Na maioria das histórias, Hanako-san é inofensível, e para evitá-la, basta apenas não ir em seu esconderijo. Mas se você precisar se livrar dela, tente mostrar à ela uma prova com nota perfeita. Algumas lendas contam que ver notas altas a fazem desaparecer no ar.



Quer conhece-la ?

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Ritual


Poesia Ritual

Este corpo.
que agora me veste
ainda é casca
e casulo
de um outro bicho
que cresce

Esta capa
Que me acompanha
desde os tempos
de criança
desde inutil
dos meus pés.

Sou a ponte
que me liga.

Sou o gesto
que me une.

Sol e Lua,
Noite e dia.

Sou o fui
e o serei.

Este tempo
que me guarda
para um outro
amanhecer
é lembrança
e é promessa,
recordação
e esperança
morte e vida
enoveladas
na meada
das mudanças.

Autor:Carlos Queiroz Telles.

Amo-te de qualquer maneira




Te αmo αgorα!
Te αmo depois
Te αmo quαndo ficα
Te αmo quαndo for
Te αmo quαndo chove
Te αmo quαndo faz sol
Te αmo aqui, lá 
Te αmo em todo lugαr
Te αmo quαndo você está αo meu lαdo
Te αmo quαndo você diz αdeus
Te αmo o dia todo
Te αmo tds os diαs
Te αmo nos meus sonhos
Te αmo nos momentos mαis felizes
Te αmo nos momentos mαis tristes
Te αmo nos momentos mαis difíceis
Te αmo αo sorrir
Te αmo αo chorαr
Te αmo de 2ª α 2ª feira
Te αmo Intensamente
Te αmo de um jeito simples
Te αmo de um jeito complicαdo
Te αmo de um jeito diferente
Te αmo nαs melhores e piores fαses
Te αmo quαndo estou com você
Te αmo quαndo não estou com você
Te αmo ao ouvir αquelα musicα
Te αmo αo ouvir todαs αs outrαs
Te αmo no verαo, no inverno
Te αmo no céu, no inferno
Te αmo quαndo tudo mudαr
Te αmo quαndo você erra 
Te αmo quαndo você chora
Te αmo quαndo você sorri 
Te Amo!

Como é ser amado?


Quando a chuva começar a cair,
gostaria de encontrar abrigo aqui.
Então, desculpe por mais uma vez insistir,
mas como é essa coisa de ser amado?
E quanto às mãos que cobrem seus olhos para a surpresa,
que esbarram nas suas durante a sobremesa,
mãos que tateiam e reconhecem sua beleza,
elas poderiam dizer como é ser amado?
Talvez nem você saiba responder,
com certeza eu não.
Mas, depois de te conhecer,
pensei comigo mesmo "por que não?"
E quanto a essa fome de fazer de você alguém feliz,
e essas pequenas declarações lançadas como de um chafariz?
Por que será ninguém nunca me diz...
como é ser amado?
E quando o temporal começar a cair,
a vida só me trará o que já é meu.
Quando você vai me impedir de partir?
Quando vai achar que não há nada como eu?
Qual é o peso desse sorriso no rosto?
E essa respiração, qual é o gosto?
Como é sentir-se assim tão disposto?
Como é ter alguém a seu lado?
Como é ser finalmente amado?

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Rabiscos


Acordei cedo durante esta manhã. O sol lá fora parecia mais vivo do que nunca. Os pássaros cantavam uma canção que eu jamais havia escutado; seus sons pareciam ainda mais vibrantes com os pousos que faziam ao voltar para os seus ninhos. Era primavera, e as flores rodeavam a casa como se fossem guardiãs da paz; suas cores eram tão belas quanto um caleidoscópio. A vida nunca fora tão bela quanto agora. E eu sabia que esse estado duraria para sempre. Eu sabia que a vida havia me reservado paz em baldes. Sentei-me à mesa para apreciar o desjejum com a família. Julia não poderia estar mais bela do que estava nesta manhã. Seus cabelos esvoaçavam-se quando o vento batia neles; sua pele pálida luzia com o brilho do sol; e seus olhos transbordavam de alegria ao se encontrarem com os meus. As crianças brincavam ao lado da mesa. Eram duas lindas meninas, tão belas quanto a mãe. A paz reinava em nossas almas. Duas almas límpidas e calmas, dois corações apaixonados; a vida sempre fora incapaz de nos fazer mal.
    Durante a noite cantamos cantigas para as meninas dormirem. Cantigas que escutávamos quando éramos apenas crianças e vivíamos num rancho da família. Julia foi criada pelos meus pais desde que viera ao Mundo. Sua mãe a deixara aos cuidados de meus pais porque se achava incapaz de cuidar da criança. Mas Julia e eu, embora tivéssemos recebido educação dos mesmos pais e vivêssemos como se fôssemos irmãos, nunca sentimos sentimentos de irmandade entre nós. Certa vez, quando fomos a um rio afastado de casa, ela me perguntara se eu a achava bonita, e eu respondi que sim. De início, achei sua atitude normal, mas, depois de vê-la repetidas vezes olhando para mim de forma terna, senti algo diferente por ela. Sempre fazíamos tudo juntos. Éramos praticamente grudados um no outro.

Sentimentos


Ah, se os sentimentos já saíssem escritos em folhas de
papéis do coração! Porque é tão difícil decifrá-los e pô-los no papel.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O medo que invadia a neblina


O medo que invadia a neblina
Perguntava por mim
Em cada canto
Dobrando a esquina
Não eram razões que me faziam chorar
A cidade nublada e vazia
Gostava de mim
Uma chuva de cinzas
Me fazia delirar
Em cada quarto conhecido
Eu sentia o gosto de ferrugem
Perfumando o lugar
Era como um abraço gelado
Um sonho profundo e acordado
Preciso lembrar daquele momento
Em que esquecer era o único
Meio de não enlouquecer
Preciso ficar aqui
Tempo o suficiente
Para terminar de cair

A Bela e a Fera


Em setembro de 1987, a CBS apresentou ao público uma nova versão do clássico conto de fadas A Bela e a Fera/Beauty and the Beast. O drama romântico de Ron Koslow explorava o relacionamento entre Vincent, um místico homem meio-fera, e Catherine Chandler, uma promotora de Manhattan com quem ele desenvolve uma misteriosa ligação empática. Este homem com rosto de leão e personalidade ao mesmo tempo nobre e explosiva fora abandonado quando bebê diante do Hospital Saint Vincent, em Nova Iorque, onde foi resgatado por um estranho conhecido apenas como Pai. Desde então ele vive nos subterrâneos da cidade, em um complexo de túneis que serve de lar para uma sociedade formada por pessoas que, por motivos diversos, abandonaram a superfície, região na qual transitam apenas de forma obscura.

É desta forma que Vincent e Catherine se conhecem. Certa noite, aproveitando a escuridão para caminhar pelo Central Park, ele encontra a jovem gravemente ferida, desfigurada, largada como morta após ter sido violentada e esfaqueada. Contrariando as regras dos túneis, ele leva a estranha a seu mundo e a trata até ficar curada. Ele, no entanto, a mantém de olhos vendados. Ao vê-lo pela primeira vez, a promotora (intepretada por Linda Hamilton) fica chocada com sua inesperada aparência de leão, mas a voz acalentadora que ela ouvira durante sua recuperação já havia conquistado sua amizade e dado início à forte ligação empática que se processa entre os dois.


Após fazer vários papéis por trás de máscaras de maquilagem, Ron Perlman avisou seu agente que só desejava personagens com rosto limpo. Alguns dias depois, contudo, ao pegar o jornal da manhã encontrou um roteiro de A Bela e a Fera, e como este era menor do que o jornal, decidiu lê-lo primeiro. Antes do final, ele estava no telefone perguntando ao agente o que deveria fazer para obter o papel de Vincent. Durante a produção ele ficaria tão fascinado com o texto, que todo o esforço para aguentar a maquilagem criada por Rick Baker valeria a pena.


Antes de Perlman conquistar o papel título, Roy Dotrice também fizera um teste para o mesmo personagem. Mas quando o ator certo apareceu, Dotrice achou que estava completamente fora do projeto. Duas semanas mais tarde, os produtores lhe ofereceram o papel do Pai. Atuar em uma série semanal era um sonho, mas desenvolver o personagem foi uma tarefa difícil, pois ao final do piloto, Dotrice sofreu uma grave lesão no quadril, que o forçou a usar uma bengala e fazer cenas curtas, a maioria delas sentado ou encostado em algo. Após a recuperação de Dotrice, a bengala e o caminhar manco permaneceram como parte do personagem.


Através das estórias de Vincent e Catherine, Nova Iorque se divide entre um mundo aparte, de aparência medieval, e a atmosfera caótica de Manhattan, e, aos poucos, a crescente amizade entre a bela e a fera promove uma transformação. Esta, porém, não ocorre como no clássico conto de fadas, no qual a fera torna-se um belo príncipe. Ela acontece na alma de Vincent, não se limitando apenas a ele. Sem permitir que a violência e os tiroteios, comuns em séries de ação, interferissem no conteúdo da série, ela misturava fantasia e realidade, de forma a permitir a gradual evolução do relacionamento entre os dois. A questão, no entanto, não era consumá-lo com uma união permanente e sim explorar suas ramificações em cada episódio, mostrando outras formas de expressar afeto.


O conceito era um desafio para os roteiristas. Na busca de novas tramas interessantes, eles se reuniam durante horas para discutir os rumos da série. Dada a dificuldade de encontrar estórias interessantes, que misturassem romance e crime, as reuniões foram batizadas de The Brotherhood of Pain (Irmandade da Dor). Os novatos no grupo tinham particular dificuldade com a linguagem de Vincent, carregada de sabedoria clássica e sensibilidade, ao mesmo tempo em que soava informal. Toda a série é permeada pela erudição de Vincent, tanto através da música quanto da literatura, com citações de grandes escritores, como William Shakespeare, Charles Dickens, Mark Twain, Rudyard Kipling e Oscar Wilde, e o som encanador de vários mestres, entre eles Beethoven, Chopin, Schubert, Vivaldi e Haydn.

A sensibilidade de Vincent fica clara desde o piloto, onde ele conclui uma carta dirigida a Catherine com o poema Somewhere, de Edwin Arnold.
Somewhere there waiteth in this world of ours,
For one lone soul, another lonely soul.
Each choosing through all the weary hours,
And meeting strangely at one sudden goal.
Then they blend, like green leaves with golden flowers,
Into one beautiful and perfect whole.
And life's long night is ended,
And the way lies open onward to eternal day.

"Em algum lugar neste mundo,
Uma alma solitária espera a outra, também solitária.
E ambas se procuram no passar enfadonho das horas,
E estranhamente encontram-se em um lugar inesperado.
E fundem-se, como as folhas verdes com as flores douradas,
Num todo belo e perfeito.
E a longa noite da vida termina,
Abrindo-se a sua frente o caminho para o dia eterno."
A fórmula básica era simples: os mundos de Vincent e Catherine deveriam de alguma forma se cruzar. Mas a última coisa que Koslow e seu time desejavam era um espelho de O Incrível Hulk, com tramas consideradas corriqueiras, que mostrassem Catherine em perigo no começo e sendo salva por Vincent no final. O difícil era encontrar um motivo novo a cada semana para que estes mundos se encontrassem de forma inesperada. Um bom exemplo é o episódio Ozymandias (da primeira temporada), no qual o mundo de Vincent corre o risco de ser exposto quando o empresário Elliot Burch (Edward Albert) começa a construir um prédio na área acima dos túneis. Cabe a Catherine evitar a continuação da obra, mesmo que para isso precise casar-se com Elliot.


Catherine e Elliot Burch
Com o tempo, tanto roteiristas quanto fãs começaram a ficar intrigados com o mundo subterrâneo. Quem vive lá? Quem lidera? O que comem? O que vestem? Onde exatamente fica este lugar? Koslow pretendia filmar a série em Nova Iorque, onde os personagens vivem e onde de fato existem túneis subterrâneos. Ele acreditava que dessa forma a diversidade entre o ritmo frenético de Manhattan e a tranquilidade do mundo inferior ficaria mais clara. Além disso, Los Angeles (local da produção) não tinha metrô naquela época (ele começou a funcionar nos anos 90), por isso a produção viu-se obrigada a reaproveitar um cenário de metrô encontrado no estúdio. Eles também tomaram a liberdade de acrescentar um toque de fantasia aos túneis da cidade, com a criação de câmaras e setores, como The Whispering Gallery (galeria dos sussurros) - com uma ponte de madeira sobre um abismo -, e The Chamber of the Winds (câmara dos ventos) - com canos através dos quais mensagens são enviadas.


No piloto, Vincent explica a Catherine que seu mundo é um lugar secreto sob a cidade; secreto porque “muitas pessoas boas dependem dele para ter segurança. Não há mapas que mostrem onde estamos. É um lugar esquecido. Mas é agradável e seguro, e todos temos o espaço necessário. Então vivemos aqui e fazemos o possível. E tentamos cuidar uns dos outros.” Em vez de esclarecer a questão, os roteiristas preferiam responder às perguntas com explicações diversas, contando estórias diferentes sobre diferentes moradores do subterrâneo. Alguns estavam lá para fugir de alguma injustiça, outros procuravam um santuário longe da cidade grande. Em An Impossible Silence (primeira temporada), o Pai explica seu lar como sendo coisas diferentes para pessoas diferentes. “Para alguns, é um lugar de cura e segurança. Para outros, é nosso lar. Mas todos temos que decidir o que este lugar significa para nós.”

Entre eles, reina o ideal de paz, justiça e fraternidade sob a liderança do Pai, cuja vida fora destruída pela era McCarthy. A presença de tecnologia é ínfima e a importância dada à mente é primordial. Mas este mundo não é perfeito, pois as falhas comuns do ser humano também habitam os túneis. Por isso, até mesmo nesse mundo secreto, um sentido de ordem e organização é imposto para corrigir as falhas que eventualmente causem o desequilíbrio da comunidade. A punição é determinada pelo Conselho e pode chegar ao banimento no caso de faltas graves. A sobrevivência dos moradores dos túneis também depende de indivíduos de fora, pessoas de confiança, como Catherine, com quem mantêm um intercâmbio.

Inicialmente, a CBS não queria apresentar o povo do mundo subterrâneo, pois temia que o público reagisse negativamente. Por isso, as primeiras estórias começaram nas ruas de Manhattan, em particular, no escritório da promotoria, onde Catherine trabalha. Foi graças aos bons índices de audiência que os roteiristas conquistaram a liberdade para abordar o povo dos túneis. Um dos episódios-chave desta conquista aconteceu, por acaso, em consequência da necessidade de reduzir custos. Como locações e cenários eram os itens mais caros da produção, eles decidiram fazer um roteiro centrado em um desmoronamento nos túneis, onde Vincent e o Pai ficam presos. Curiosamente, a intenção inicial de economizar comShades of Grey não se concretizou, pois a estória acabou exigindo a construção do cenário desmoronado e dos locais de trabalho de Catherine e Elliot. Mas com Shades of Grey estava finalmente quebrada a barreira dos ditames da rede sobre o povo do subterrâneo.

 
A segunda temporada começou com atraso devido a uma greve de roteiristas. Quando a série retornou na metade de novembro, diversas séries cômicas da ABC já estavam no ar há seis semanas, e ficou impossível competir com a audiência já conquistada por elas. Nessa fase, surgiu a ideia de mostrar o lado festivo da comunidade dos túneis. Em Dead of Winter, eles se reúnem para a Winterfest, festival que celebra o início desta comunidade incomum. Catherine, que agora é vista como protetora e amiga, é convidada. De fato, sua conexão com o mundo subterrâneo torna-se tão forte, que alguns episódios depois, em Orphans, a morte de seu pai a faz pensar em viver nos túneis permanentemente. Apesar de utilizar basicamente um único ambiente, Dead of Winter não foi simples e barato, como esperado. O tal ambiente teve de ser construído e foi o mais caro de toda a série. Além disso, foi necessário contratar extras para dar à festa a sensação do tamanho.

Em meio à temporada, a série enfrentou mais dois problemas. Primeiro, houve uma greve de motoristas de caminhão, o que limitou as gravações ao estúdio. Por isso, esta fase apresenta mais ênfase no mundo subterrâneo. Afinal, era inviável mover as filmagens para locações externas sem transporte. Também nesta época, houve uma queda na audiência e a rede exigiu que os roteiristas aumentassem as doses de ação e violência. Assim, a primeira parte compõe-se de episódios lentos centrados nos personagens, enquanto a segunda é mais movimentada. A presença do vilão Paracelsus (Tony Jay) permitiu criar estórias cada vez mais sombrias, envolvendo a natureza misteriosa e agressiva de Vincent. Ao final, ele começa a sofrer de alucinações. Durante um de seus ataques, ele foge pelos túneis completamente transtornado. Catherine vai a seu encontro passando por caminhos escuros, dominados pelos gritos enlouquecidos de Vincent. Então ela chama seu nome... E assim termina a temporada.


Vincent e Paracelsus
Quando a trama recomeça, Vincent se recupera, mas perde a ligação empática que tinha com Catherine. A terceira temporada também começa com um grande problema: Linda Hamilton ficara grávida e logo precisaria se afastar. A situação se agravou com a decisão daCBS em produzir apenas 12 episódios. Uma longa discussão sobre o futuro de Catherine deixou claro que havia apenas duas saídas: substituir a atriz ou eliminar a personagem. Uma vez tomada a decisão de eliminar Catherine, a CBS observou que sua morte deveria acontecer no começo, ou o público jamais aceitaria a entrada de um novo personagem feminino. Assim, durante uma investigação, Catherine é raptada por Gabriel (Stephen McHattie), um perigoso criminoso, que na verdade está mais interessado no bebê que ela carrega, filho de Vincent. Felizmente, a ligação empática de Vincent retorna, porém, não com Catherine e sim com a criança. Seu instinto o leva a ela, mas já é tarde, seu filho desapareceu e Catherine morre em seus braços vítima de uma dose letal de drogas.

Mesmo estando na terceira temporada, alguns ainda não haviam captado a essência da série: as aparências não importam, o amor é transcendente. Foi o caso de um dos diretores executivos da rede, que em mensagem a Kim Le Master, chefe de programação na época, protestou contra a gravidez da personagem, a qual classificou de bestial.


Vincent e Diana Bennett
O desaparecimento de Catherine abriu o caminho para a entrada da detetive Diana Bennett (Jo Anderson), novo personagem feminino, que chega para investigar o caso. Apesar da popularidade da série e de seu sucesso entre os fãs, especialmente mulheres, a insistência da rede em transformá-la em um drama policial e a perda de Catherine acabou levando ao cancelamento, em agosto de 1990.


André Filho e Monica Rossi
Vincent e Catherine na versão dublada


 
Ron Perlman e Linda Hamilton atualmente
(cliquem para ampliar)


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